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Agricultura sustentável: o que é, importância e tipos

Uma maneira de garantir produtos agrícolas mais sustentáveis, a agricultura sustentável promove práticas de preservação do meio ambiente

26 out 2023 - 05h00
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Entenda o que é agricultura sustentável e quais são as suas características
Entenda o que é agricultura sustentável e quais são as suas características
Foto: andreswd / iStock

A sustentabilidade, a preservação do meio ambiente e os cuidados com o planeta têm ocupado cada vez mais espaço não apenas nas discussões diárias, mas também no universo acadêmico e da tecnologia, onde cada vez mais se buscam maneiras de se conseguir transformar práticas e técnicas que são necessárias para a sobrevivência humana em práticas sustentáveis. 

Um desses objetos de discussão é a agricultura sustentável, uma forma de desenvolvimento sustentável de produtos agrícolas, garantindo a preservação ambiental e também a dignidade humana.

Com o objetivo de satisfazer as necessidades de consumo de produtos agrícolas da humanidade ao mesmo tempo em que preserva o meio ambiente e cuida dos recursos naturais, a agricultura sustentável chama atenção por também promover a diminuição do uso de fertilizantes químicos nas plantações.

O que é agricultura sustentável?

A agricultura sustentável é o nome dado a um conjunto de práticas e técnicas utilizadas para produzir produtos agrícolas sem prejudicar os recursos naturais, como a terra, a água e o ar. Consequentemente, não prejudica a saúde de quem produz e de quem consome esses produtos.

Essas técnicas são desenvolvidas com estudos e inovações científicas e buscam garantir que a necessidade humana de alimentos saudáveis seja suprida, ao mesmo tempo em que melhora a qualidade do meio ambiente e a qualidade de vida dos produtores.

Com isso, é possível utilizar os recursos naturais e agrícolas de forma mais eficaz e sustentável, diminuindo o impacto ambiental dessa produção.

Além disso, a agricultura sustentável incentiva que haja o respeito às leis trabalhistas de trabalhadores rurais, promovendo o pagamento de salários justos e o cumprimento de normas de trabalho. Também exige que não seja usada mão de obra escrava nas plantações — uma prática que ainda é comum em algumas áreas pelo país.

Quais são as características da agricultura sustentável?

A agricultura sustentável promove e utiliza diversos conceitos relacionados à preservação do meio ambiente para seu funcionamento.

Entre eles estão:

  • Conservação do solo;
  • Conservação da água;
  • Preservação dos recursos animais e vegetais;
  • Cuidado ambiental por meio do uso de técnicas apropriadas;
  • Promoção da economia sustentável, criando técnicas economicamente viáveis;
  • Preocupação com a sociedade, desde o produtor até o consumidor final do que é produzido;
  • Respeito ao trabalhador rural.

Qual a diferença entre agricultura sustentável e agricultura orgânica?

A agricultura orgânica é aquela que prioriza a qualidade do alimento, incentivando a produção de produtos naturais saudáveis e com maior qualidade nutricional. Ela também utiliza técnicas de baixo impacto ambiental para garantir a preservação do solo, o equilíbrio ambiental e a preservação dos recursos naturais.

Apesar da semelhança com a agricultura sustentável, há algo em que as duas se diferem: a agricultura orgânica não tem foco na alta produção de alimentos, mas na qualidade, utilizando técnicas para evitar qualquer prejuízo ambiental.

Por outro lado, mesmo que busque diminuir seu impacto ambiental e o uso de agrotóxicos na produção de alimentos, a agricultura sustentável visa desenvolver técnicas que reduzem prejuízos aos recursos naturais e a vida humana sem diminuir a quantidade produzida.

Quais os tipos de agricultura existentes?

Além da agricultura sustentável e da agricultura orgânica, existem outros tipos de agricultura que fazem parte do ecossistema de produção agrícola. São elas:

Agricultura moderna

Marcada pela evolução dos equipamentos e sistemas agrícolas para aumentar a produtividade e a rentabilidade da produção agrícola.

Agricultura intensiva

A agricultura intensiva utiliza técnicas da agricultura moderna para aumentar a produção e atender à crescente demanda por alimentos e produtos agrícolas, mas deve ser praticada corretamente para evitar o esgotamento do solo e o prejuízo financeiro.

Agricultura extensiva

É o tipo de agricultura que utiliza técnicas antigas e menos mecanizadas para produzir alimentos, resultando em baixa produtividade. É mais comum entre produtores menores.

Agricultura patronal

É o tipo de produção voltada para o mercado externo — ou seja, para a importação. É mais comum entre produtores médios e grandes, que contratam trabalhadores qualificados e garantem a boa gestão da lavoura para certificar que o negócio seja rentável.

Agricultura familiar

Também chamada de agricultura de subsistência, é um tipo de agricultura onde pessoas de uma família trabalham na terra, plantando, colhendo e tratando os alimentos, e os resultados são voltados para consumo familiar e para a subsistência de sua comunidade.

Apesar disso, a agricultura familiar é uma das maiores responsáveis pelo abastecimento do mercado agrícola do Brasil: segundo o Censo Agropecuário de 2017 realizado pelo IBGE, 77% das propriedades agrícolas do país utilizam o sistema de agricultura familiar. Por isso, existem políticas públicas criadas para incentivar e financiar esse tipo de produção.

Qual a importância da agricultura sustentável?

A agricultura sustentável é mais uma das maneiras encontradas para promover a preservação ambiental e dos recursos naturais e não renováveis existentes.

Um de seus principais objetivos é evitar um acontecimento muito comum em cultivos de monocultura — ou seja, a plantação de um único produto na terra — e em terras onde agrotóxicos foram utilizados: a infertilidade do solo.

Um solo infértil proveniente da monocultura e do uso de fertilizantes químicos não é prejudicial apenas para a saúde dos consumidores: ele é prejudicial também para a economia do país. Isso porque um solo infértil leva a improdutividade de regiões.

E, em economias que dependem da atividade agrícola, como é o caso do Brasil, a diminuição ou até mesmo o fim da produtividade pode significar um enorme impacto econômico no país.

Ou seja, além de garantir a preservação do meio ambiente, a agricultura sustentável também é uma maneira de preservar a economia de países, regiões, estados e cidades, evitando crises econômicas — que, por sua vez, podem prejudicar outras áreas, como a indústria ou o comércio.

Quais as vantagens e desvantagens da agricultura sustentável?

Como todo tipo de agricultura, a agricultura sustentável tem vantagens e desvantagens. Vamos analisá-las agora:

Vantagens da agricultura sustentável

Entre as vantagens da agricultura sustentável estão:

  • Preservação do solo e de recursos naturais;
  • Uso de energia limpa;
  • Uso de fertilizantes naturais, evitando agrotóxicos e adubos químicos;
  • Menor impacto ambiental se comparado com a agricultura moderna ou intensiva;
  • Resulta em alimentos de qualidade superior;
  • Incentivo à biodiversidade local;
  • Ganho de relevância e visibilidade no mercado;
  • Melhoria na produção e também na qualidade do solo.

Desvantagens da agricultura sustentável

Já entre as desvantagens desse tipo de agricultura estão:

  • Produtos mais caros que os produzidos por meio dos outros tipos de agricultura;
  • Demora na produção, devido aos estudos e materiais utilizados;
  • Pesticidas e agrotóxicos naturais que também podem prejudicar a natureza se não utilizados corretamente.

Quais são as práticas da agricultura sustentável?

De fazer o reflorestamento das áreas utilizadas até a rotação de culturas, existem muitas práticas que podem ser usadas para promover a agricultura sustentável. São elas:

Rotação de culturas

Revezar culturas em uma plantação ajuda a aproveitar a fertilidade do solo, a diversidade biológica, a drenagem da água e, principalmente, a controlar doenças e pragas que podem assolar as plantações.

Porém, a rotação de culturas não pode ser feita de qualquer jeito: é preciso considerar uma série de fatores, como o clima, as condições do solo e até mesmo o público disponível para consumir o resultado dessa plantação. Por isso, a rotação de culturas exige estudo antes de ser colocada em prática.

Adubação verde

Para fazer uma boa adubação, recomenda-se a inclusão de plantas como ervas daninhas ou vegetação forrageira para repor a matéria orgânica do solo. É a adubação verde, que estimula o aumento da infiltração e da retenção de água no solo e até mesmo aumenta a fertilidade dele.

Essa técnica é vista como uma das mais acessíveis para quem quer manter a saúde de seu solo sem gastar muito.

Além disso, é necessário fazer a adubação orgânica, química e a calagem para repor os nutrientes que são utilizados pelas plantações. importantes para repor com frequência os nutrientes retirados pelas plantações. 

Um solo pobre pode levar à queda de rendimento da lavoura, diminuindo a proteção da superfície e a qualidade das plantações.

Integração lavoura-pecuária-floresta

Combinar o cultivo de grãos, árvores e a criação de animais em um mesmo local, de forma sequencial ou simultânea, é uma maneira de utilizar bem o espaço de produção, além de fazer isso de maneira sustentável. 

Esse sistema é lucrativo porque permite a máxima produção de fibras, alimentos e energia na área, além de trazer vantagens como a maior retenção de água no solo, o conforto térmico para os animais e a redução de risco econômico para o produtor.

Manejo de pastos

Pastos bem gerenciados possuem um papel importante na proteção do solo contra problemas como infertilidade e erosão. Por isso, é importante utilizar práticas como adubação, pastoreio rotativo e rotação de culturas para evitar problemas que podem levar a prejuízos na produção.

Uma das alternativas utilizadas atualmente é a integração lavoura-pecuária, na qual a produção de grãos e de pecuária é realizada na mesma área, reduzindo custos de produção e aumentando, assim, o lucro.

Controle das queimadas e reflorestamento

Queimadas são uma das maneiras mais utilizadas para a limpeza de áreas antes da plantação. Porém, essa prática, apesar de popular, causa prejuízos ao solo, degenerando a superfície e reduzindo sua fertilidade.

Por isso, a melhor maneira de garantir uma agricultura sustentável e um solo fértil é evitar queimadas ao máximo.

Por outro lado, é preciso praticar o reflorestamento para garantir que os solos não fiquem sujeitos à erosão e baixa fertilidade. Uma vegetação densa — como florestas — pode ser uma maneira de recuperar um solo prejudicado, além de proteger recursos naturais, como a água.

Além disso, o reflorestamento não é sinônimo de prejuízo financeiro: essas plantações podem se tornar uma fonte de celulose, carvão e madeira se bem gerenciadas.

Descarte correto das embalagens

Apesar de ser uma prática do dia a dia, o descarte correto de embalagens — destinando-as para a coleta seletiva, reciclagem ou incineração — é fundamental também em espaços de agricultura.

Por isso, é preciso se atentar às instruções do produtor ou revendedor na hora de descartar embalagens de produtos utilizados para a produção agrícola.

Como é o cenário da agricultura sustentável no Brasil?

Apesar dos incentivos e esforços cada vez maiores para a adoração desse tipo de agricultura no Brasil, há alguns obstáculos que impedem sua prática no país.

Isso porque o Brasil é um dos países que mais utilizam agrotóxicos no mundo. Além disso, o desmatamento de florestas para abrir espaço para agricultura tem aumentado nos últimos anos — tendo inclusive crescido 22% em 2022.

Porém, a divulgação de estudos e de práticas sustentáveis de agricultura é incentivada. Um dos órgãos que fazem esse trabalho é a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), que divulga técnicas e informações para incentivar que agricultores incluam as práticas sustentáveis em suas rotinas.

Fonte: Redação Terra
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