PUBLICIDADE

Parabólica

Mercedes x Red Bull: quem vai trocar de motor na Rússia?

Entre suspeitas de blefe e apostas, as duas equipes travam um duelo, aguardando quem vai fazer a próxima jogada

21 set 2021 - 20h59
Compartilhar
Exibir comentários
Hamilton e Verstappen: novo encontro em Sochi.
Hamilton e Verstappen: novo encontro em Sochi.
Foto: F1 / Divulgação

Após o GP da Itália e tudo o que se seguiu do acidente entre Hamilton e Verstappen, o GP da Rússia acabou ganhando mais um toque de emoção. Até necessário, já que esta é considerada uma das etapas menos movimentadas da temporada. Mas todos os olhos se viram para um aspecto: ambos trocarão seus motores ou não?

Faltando oito etapas para terminar o campeonato e os principais concorrentes separados por cinco pontos, qualquer detalhe pode fazer a diferença. E o motor pode ser um deles. Este aspecto entrou no tabuleiro desde a entrada da era híbrida, quando se criou a figura da unidade de potência, do token (pacote) para as atualizações e as punições de grid para uso além do estabelecido. Esta foi uma sistemática adotada para limitar os custos de desenvolvimento.

Porém , criou-se algumas situações esdrúxulas, como a McLaren ser punida em 125 posições por trocar elementos. O atual regulamento esportivo da F1, em seu artigo 23.2, letra “A”, prevê os seguintes quantitativos de elementos de motores para a temporada:

Foto:

Este é o ponto que cada time tem. Longe vai o tempo em que uma equipe programava usar motores diferentes a cada sessão e um novo para a corrida. Em 2001, a Renault, que naquele ano vinha para um conceito diferente de motor, chegou a levar nove motores para um GP. Atualmente, este seria um quantitativo de três equipes para um ano, sem nenhuma troca.

Hamilton e Verstappen chegam à Rússia com nenhuma brecha para troca de itens (extrato do documento do GP da Itália abaixo). Após o encontro em Monza, este aspecto entrou na mesa. A extensão dos danos não ficou clara, mas a dúvida geral veio. Antes, é dada como certeza a troca de, pelo menos, mais um motor para poder chegar mais tranquilo ao final do ano.

Os fabricantes vão fazendo esta gestão. Normalmente, usam as unidades mais rodadas nos treinos de sexta. Para efeito de punição, se houver a troca de alguma unidade no terceiro treino de sábado (ou no treino para a Sprint Race), o carro leva punição. Pegamos por exemplo o caso de Valtteri Bottas na Itália: fez as mudanças iniciais das unidades depois dos treinos iniciais de sexta. Por isso, levou a punição no grid de domingo (não conta para o grid da Sprint Race).

Situação dos motores até o GP da Itália. Bottas já trocou e foi punido.
Situação dos motores até o GP da Itália. Bottas já trocou e foi punido.
Foto: FIA / Divulgação

Um ponto que os fabricantes levam em conta é a facilidade de ultrapassagem. Afinal de contas, conforme diz a letra “B” do item 23.2 do Regulamento Esportivo, a primeira troca de elemento após o número autorizado pelas regras dá uma punição de dez posições no grid. Pegando o exemplo de Verstappen. Por conta do acidente em Monza, tomou um “gancho” de três posições. Caso fizesse a pole, já largaria em 4º lugar. Se a Red Bull decidisse pela troca, o holandês sairia da 7ª fila, na 14ª posição. Se resolver trocar todos os elementos, automaticamente vai para o final do grid. Afinal de contas, seria uma punição de 70 lugares.

Sochi não é uma pista conhecida por proporcionar muitas ultrapassagens. Por este motivo, fazer a troca aqui perde atratividade. Principalmente para a Mercedes, que é dominadora na Rússia desde o início da disputa da prova (até mesmo se considerar as corridas do início do século passado). A Red Bull tem mais chances de lançar esta ação pelo fato de já ter uma punição a cumprir e Verstappen estar cinco pontos na frente de Hamilton.

Um fator que entra na conta é o tempo: há previsão de chuva ao longo dos treinos e durante a prova. Este é um fator que embaralha as condições e, para uma possível troca, acaba por ser um complicador. Seria interessante ver Verstappen e Hamilton tentando escalar o pelotão em condições pouco atraentes para os pilotos, mas excitantes para o público.

O fato é que Red Bull e Mercedes estão na situação parecida com duelistas daqueles filmes de Velho Oeste: cada um olhando para o outro esperando ver quem saca primeiro. A Mercedes disse que não considera troca, mas vem testando modos mais agressivos de motor. Já a Red Bull não disse que sim, mas também não descartou a possibilidade. Como este escriba aqui sempre diz, uma corrida não se vence somente na pista e a Mercedes deu diversas mostras disso ao longo dos anos.

Parabólica
Compartilhar
Publicidade
Publicidade