Hamilton ainda tem recordes a bater na F1 (acredite)

Faltam dez semanas para o início da temporada de 2021 da Fórmula 1, a 72ª da história. Mesmo em tempos de pandemia, a abertura segue prevista para 21 de março, na Austrália. Se os planos não se alterarem no decorrer dos próximos meses devemos ter 23 etapas, um recorde para a categoria.

E falando em recordes, não podemos esquecer que a história do automobilismo foi reescrita a partir deles em 2020. Depois que a pandemia de Coronavírus alterou as datas previstas para a temporada, e mesmo em meio às dificuldades logísticas de se estabelecer um calendário que contemplasse 17 corridas em cinco meses e meio, marcas foram igualadas, superadas e ampliadas para que sejam alcançadas futuramente.

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Entre elas, a mais esperada: a conquista do sétimo título mundial de Lewis Hamilton – que também se tornou Cavaleiro da Rainha e agora tem o título de Sir no Reino Unido, uma das maiores honras concedidas em seu país. Além dele, já receberam esse título os pilotos  Jackie Stewart e Stirling Moss. Em 2020, o britânico igualou-se a Michael Schumacher como heptacampeão da categoria.

Foi no Grande Prêmio de Portugal que Lewis ultrapassou o recorde de 91 vitórias do piloto alemão ao conquistar seu 92º triunfo. Em 14 temporadas, ele tem o maior número de poles (98), maior número de pódios (165), maior número de corridas consecutivas (265) – apenas não disputou o GP do Sakhir porque contraiu Covid-19 –, mais corridas marcando pontos (229), mais vitórias em diferentes circuitos (29) e em grandes prêmios diferentes (28). Passou a ser o piloto também com o maior número de corridas consecutivas na zona de pontuação (48), além de vitórias por uma mesma equipe (74) e com a maior liderança de quilômetros na história da F1 (25.900 km).

Enquanto Hamilton estava batendo os seus recordes, a equipe Mercedes também fazia parte dessa história. Pelo sétimo ano consecutivo, conquistou o mundial de construtores e o de pilotos. Vale lembrar que em 2019, a Mercedes já havia se igualado à Ferrari com seis títulos seguidos. É troféu que não acaba mais!

Apesar de ter liderado mais de cinco mil voltas na história da categoria, falta pouco para ultrapassar o recorde de Schumacher. O alemão liderou 5.111 das 16.824 voltas que completou na carreira, enquanto Hamilton completou 5.099 na frente. Agora, bastam 13 voltas liderando um GP para derrubar mais uma marca.

Outra conquista bem próxima de ser alcançada é a de mais vitórias em um mesmo grande prêmio. Em 2020, o piloto da Mercedes conquistou a oitava vitória na Hungria, empatando com Schumacher, que venceu o mesmo número de vezes o GP da França. E neste ano, Hamilton pode tentar quebrar – ou ao menos igualar – outro recorde: o de vitórias em uma mesma temporada. Em quatro delas, o inglês venceu 11 vezes (2020, 2019, 2018 e 2014), mas ainda não chegou às 13 conquistas para igualar o que conseguiram Michael Schumacher em 2004 pela Ferrari, e Sebastian Vettel em 2013, pela Red Bull.

Mais um desafio para o britânico é superar o número de voltas mais rápidas: são 77 de Schumacher e 53 de Hamilton. Assim como o maior número de hat-tricks (pole position, melhor volta e vitória em uma mesma corrida): o alemão ainda lidera a disputa com 22 e Lewis vem logo atrás com 18. O maior número de grand chelem (hat-trick com direito à vitória de ponta a ponta) também é outro recorde a ser batido: o posto pertence a Jim Clark, com oito, e Hamilton com seis.

E outros números irão se ampliar também nesta temporada: o de piloto com mais GPs disputados na história da F1. Aos 41 anos, Kimi Raikkonen, que seguirá como piloto da Alfa Romeo, finalizou o ano com a marca histórica de 332 corridas e 329 largadas, ultrapassando Rubens Barrichello com 322 largadas e 326 corridas em 19 temporadas. O finlandês é dono de outro recorde: em 2020 percorreu a maior distância com um carro da categoria, ao atingir 87.378 km, considerando apenas as corridas disputadas até o final do ano. Foi no GP da Espanha, em agosto, que Kimi ultrapassou o recorde que pertencia a Fernando Alonso, com 83.846 km. Isso equivale a dirigir duas voltas ao redor da Terra, a maior distância já percorrida por um carro de F1.

Em 2020, tivemos dois pilotos conquistando vitórias pela primeira vez na categoria: Pierre Gasly (AlphaTauri) e Sergio Pérez (Racing Point). No ranking, eles são o 109º e 110º pilotos, respectivamente, a vencerem um grande prêmio na história da F1 – e a quebrarem jejuns de décadas!

Em Monza, Gasly foi o primeiro francês a vencer desde Olivier Panis no GP de Mônaco, em 1996, conquistando a 80ª vitória de um piloto francês na F1. E ao conquistar a primeira vitória no Grande Prêmio do Sakhir, após 190 corridas e dez temporadas, Pérez se tornou o piloto com maior número de corridas na história da F1 antes de cruzar a linha de chegada na primeira posição. Antes dele, Mark Webber esperou 130 corridas para vencer pela primeira vez. Checo Pérez também levou o México de volta ao pódio após 50 anos, desde a última vitória de Pedro Rodrigues, em 1970 no GP da Bélgica, registrando a terceira vitória mexicana na categoria.

Durante entrevista em 2008 para a Fórmula 1, Michael Schumacher foi questionado se algum piloto poderia dominar a categoria do jeito que ele fez ou se isso estaria além dos limites da era moderna. Prontamente disse que sim, porque nem ele mesmo pensou que pudesse alcançar os cinco títulos de Fangio, mas chegou e depois aumentou para sete. “Os recordes estão aí para serem batidos e estou muito relaxado que um dia isso vai acontecer”, destacou Schumacher.