F1: saiba o que une Renault, Alonso e Ocon ao GP da Hungria
O francês deu à equipe Alpine a primeira vitória na categoria no mesmo circuito em que o espanhol venceu pela primeira vez com a Renault
Dezoito anos separam a primeira vitória do francês Esteban Ocon, da Alpine, da primeira conquista do seu atual companheiro de equipe, Fernando Alonso, ambas no GP da Hungria de Fórmula 1. E, coincidência ou não, separam também as primeiras vitórias das equipes Renault e Alpine na principal categoria do automobilismo.
Ocon, com 24 anos, venceu em Hungaroring após 78 corridas disputadas na F1. Em 2003, Alonso tinha 22 anos e estava em sua primeira temporada como piloto da Renault, que havia retornado à categoria como construtora independente no ano anterior. Naquela ocasião, o espanhol fez a pole e terminou a corrida em primeiro lugar, tornando-se o mais jovem piloto a vencer na F1 - recorde que atualmente pertence a Max Verstappen (Espanha/2016). Alonso também foi o primeiro espanhol a vencer uma prova de Fórmula 1. Até a Hungria, o bicampeão disputou 325 GPs.
Apesar de ter conseguido se manter na liderança em Hungaroring e segurar a pressão de Sebastian Vettel, que estava em um bom ritmo de corrida, Ocon se manteve focado e contou com um ótimo trabalho de equipe, principalmente de Alonso. O espanhol segurou Lewis Hamilton enquanto foi possível, não permitindo que o piloto da Mercedes se aproximasse do líder. Foi uma disputa que durou várias voltas, de prender a respiração, bem do jeito que o torcedor gosta de ver, ainda mais quando a briga envolve dois experientes pilotos campeões mundiais. E Alonso ainda foi eleito o piloto do dia pelos torcedores da F1.
A quinta colocação de Fernando Alonso na Hungria, que virou quarta após a desclassificação de Sebastian Vettel, é o melhor resultado do piloto nesta sua temporada de retorno à Fórmula 1. Após 11 etapas, o espanhol marcou pontos em seis corridas consecutivas, sendo oito no total, somando 36 pontos. Ele está a apenas três pontos de Esteban Ocon, que está na 11ª colocação no mundial de pilotos. A equipe Alpine ocupa a quinta posição no campeonato de construtores, com 77* pontos, nove à frente da Aston Martin.
O final de semana na Hungria não coroou apenas a vitória de Ocon e o trabalho que a equipe Alpine está fazendo nesta temporada, mas nos faz olhar para Alonso, com os recém completados 40 anos, e sentir que o bicampeão mundial segue dando o seu melhor em cada corrida. Voltar à Fórmula 1 depois de dois anos ausente dos monopostos suscitou algumas dúvidas, principalmente quanto à confiança, comportamento e ao desempenho do espanhol. Até porque Esteban Ocon já estava na equipe e, de certa forma, bem mais adaptado ao carro, com um contrato recém-renovado até o final da temporada de 2024.
Demorou algumas corridas para se adaptar, o que era esperado, mas Alonso mostrou que a cada nova etapa estava disposto a tirar o máximo do A521. Na corrida de classificação, na Grã Bretanha, o espanhol fez uma primeira volta memorável, saindo da 11ª colocação para o quinto lugar. Isso sem contar as disputas com Sebastian Vettel na pista de Silverstone, que simplesmente foram de tirar o fôlego!
O retorno de Fernando Alonso também é uma preparação para 2022, quando haverá a mudança dos carros e do regulamento da categoria. Contar com um piloto com a experiência e o conhecimento de Alonso vai ser muito importante para o desenvolvimento não apenas da equipe, mas para motivá-la e inspira-la a buscar melhores resultados. E pelo o que parece, os resultados já estão aparecendo e a Alpine é, até o momento, a única equipe sem ser a Mercedes e Red Bull a vencer uma corrida nesta temporada.
E uma curiosidade: Esteban Ocon foi o primeiro francês a vencer em um carro francês e com motor francês desde a vitória de Alain Prost, pela Renault, no Grande Prêmio da Áustria em 1983. Ocon é o 14º francês a vencer na Fórmula 1 e a vitória chega quase um ano após Pierre Gasly, em Monza, quebrar o jejum de 24 anos da França sem subir ao lugar mais alto do pódio.
* Atualização: mesmo com a desclassificação de Vettel, a FIA optou por manter os pontos da equipe Aston Martin no Campeonato de Construtores até o julgamento do recurso impetrado pela equipe inglesa.
