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F1: Russell sugere mudanças no circuito da Arábia para 2022

George Russell, que abandonou a prova em acidente que causou bandeira vermelha, alertou que a segurança da pista precisa melhorar

6 dez 2021 - 11h41
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George Russell dentro de seu FW43B
George Russell dentro de seu FW43B
Foto: Williams Racing / Twitter

Desde antes dos carros irem à pista no novíssimo circuito de Corniche, na Arábia Saudita, vários pilotos alertaram sobre os riscos que o traçado trazia. E, de fato, vários acidentes aconteceram, não só na F1, mas também em categorias preliminares que correram na mesma pista no último fim de semana. O mais grave deles foi na Fórmula 2, em que o brasileiro Enzo Fittipaldi sofreu uma fratura no pé. 

É bem verdade que o caso particular do acidente com Fittipaldi, que aconteceu em razão de um carro ficar parado na largada, não tem relação com o traçado da pista árabe. Mas outros dos tantos acidentes, sim, podem ser creditados à pista. Apenas na corrida da Fórmula 1, foram duas bandeiras vermelhas, um safety car e diversos safety car virtuais por batidas e detritos na pista. 

George Russell, que é diretor da GPDA (Associação de Pilotos de Grande Prêmio), deu sua visão sobre os incidentes acontecidos no novo circuito da F1: “Acho que você aprende com essas experiências”, falou à Autosport. “Você não pode culpar ninguém por tentar fazer uma pista incrível. E, em última instância, isso foi atingido. Mas acho que ninguém previu o que estaria por acontecer com todas essas curvas cegas”. 

Para ele, a pista precisa passar por mudanças para melhorar no quesito segurança: “Na minha opinião, algumas mudanças são necessárias. Você tem tantas curvas leves que são completamente desnecessárias. Isso poderia ser transformado em uma reta, da curva 2 até a curva 4 e da curva 17 à 22. Temos cinco curvas em um trecho que é totalmente pé embaixo, mesmo com DRS.” 

Russell caminha para o carro médico após acidente que o tirou do GP da Arábia
Russell caminha para o carro médico após acidente que o tirou do GP da Arábia
Foto: Williams Racing / Twitter

E continuou: “Não sei quais são as limitações para isso, mas é algo que precisa ser olhado. Se for mesmo transformado em uma linha reta, a segurança melhoraria significativamente. Acredito que eles tenham os recursos para fazer isso aqui, então isso não deveria ser uma limitação. Segurança precisa vir em primeiro lugar. Se você pode diminuir os riscos drasticamente com mudanças pequenas, isso é uma decisão óbvia.” 

O próprio Russell foi uma das vítimas da pista árabe, em acidente que causou a segunda bandeira vermelha da prova. Na ocasião, Sergio Perez rodou após ser tocado por Charles Leclerc no citado trecho entre as curvas 2 e 4, Russell diminuiu para evitar o choque, mas acabou atingido com força por Nikita Mazepin, que vinha atrás e nada pôde fazer. 

Para o piloto da Wiliams, a batida poderia ser evitada com a mudança sugerida: “Me parece [um acidente] evitável. Você faz a curva 2, que é larga e aberta, onde os carros podem ir lado a lado, e então a pista afunila e fica bem estreita muito rápido. Eu estava em uma curva cega, havia carros para todo lado. Diminui, mas fui completamente batido por trás.” 

Para Russell, a corrida deve ser uma lição para o esporte: “Muito a se aprender nesse fim de semana, porque é uma pista incrivelmente empolgante para se pilotar, mas deve muito em termos de segurança e de corrida em si.” 

O GP da Arábia Saudita de 2022 será logo na primeira parte da temporada, em março, daqui pouco mais de três meses. Russell deixou o alerta para o caso de medidas não serem tomadas: “Há incidentes desnecessários esperando para acontecer em todas essas curvas cegas, que nem são curvas em carro de F1. Elas oferecem um risco desnecessário.”

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