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F1: A Mercedes ataca com tudo no GP da Rússia

Tal como o exército alemão, a Mercedes joga sua cartada na Rússia, esperando que a história das pistas não repita a das batalhas

23 set 2021 - 19h22
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A Mercedes quer ver esta cena se repetir domingo.
A Mercedes quer ver esta cena se repetir domingo.
Foto: Mercedes / Divulgação

80 anos atrás, a Alemanha invadia a então União Soviética, no que seria a maior ousadia de Hitler na Segunda Grande Guerra (que os russos chamam de Grande Guerra Patriótica). Após muita luta e vidas ceifadas, os exércitos alemães foram batidos e começou a derrocada do então III Reich na Europa e o rumo das batalhas. Atualmente, em outro campo de batalha, novamente os germânicos querem prevalecer em terras russas.

A Mercedes chega à Rússia com fatores para lhe tranquilizar como fantasmas a lhe botar medo. Afinal, ainda conta com 18 pontos à frente da Red Bull no campeonato. Mas Max Verstappen está 5 pontos à frente de Lewis Hamilton. Ver o copo meio cheio ou meio vazio?

É consenso entre os principais analistas da F1 que Sochi é uma pista “Mercedes”. As longas retas e uma variação não tão bruscas de direção são favoráveis, embora o traçado conte com características de uma pista de rua. Junte a isso um traçado com asfalto pouco abrasivo (tanto que a Pirelli definiu os compostos mais macios para uso), deixa a situação mais favorável. E não podemos ignorar que, em todos os GPs disputados em solo russo, mesmo considerando as provas do início do século XX, foram vencidos pela Mercedes (sim, caras e caros: em 1913 e 1914, os carros que venceram foram Benz).

Mas se analisarmos a temporada como um todo, a Red Bull – especialmente com Max Verstappen – tem se mostrado com um desempenho melhor, especialmente a partir da França, com a entrada na nova UP da Honda. Se no início do ano se dizia que a Mercedes estava à frente em termos de conjunto, podemos dizer sim que a Red Bull, neste momento, tem o melhor carro.

Isso não quer dizer que a Mercedes dorme sobre os louros. A equipe foi afetada sim pela mudança de regulamento e, por questões do teto orçamentário e estratégicas, optou por não desenvolver tanto o carro, ao contrário do que os taurinos tem feito. Mas a principal arma tem sido o motor, que até já foi abordado aqui por este escriba no Parabólica.

O que se tem no horizonte é que os técnicos trabalham em mapas mais agressivos para dar ao W12 o folego que o chassi não consegue suplantar. As modificações trazidas em Silverstone abriram novas possibilidades de acerto, mas se tem a impressão que não se tem muito espaço para tirar.  O trabalho feito com Bottas em Monza com a nova Unidade mostrou que, se ainda tem onde tirar alguma coisa de desempenho, é no motor. A não ser que a Mercedes acabe por trazer mais peças que, inicialmente haviam sido programadas para Zandvoort, mas não se falou mais nada.

 Comparações entre as asas das equipes em Sochi.
Comparações entre as asas das equipes em Sochi.
Foto: @albertfabrega / Twitter

Ainda neste campo, chamou a atenção a foto trazida pelo espanhol Albert Fabrega tirada no paddock nesta quinta-feira, comparando as asas traseiras de Mercedes, Ferrari, Red Bull. Aston Martin, McLaren e Alpine (acima). Normalmente, os alemães trazem as asas de maior perfil, justamente para poder gerar mais apoio em um projeto que não é tão eficiente como a Red Bull em obter mais resultados da parte de baixo do carro. Mas, em uma configuração inicial, o W12 conta com uma asa mais baixa do que seus concorrentes, o que pode significar uma escolha por um acerto com menos apoio para tentar tirar proveito das longas retas e conseguir se colocar à frente nos treinos. Como Sochi é uma pista onde as ultrapassagens não são tão abundantes, largar na frente acaba por ajudar o plano.

Entretanto, como na Segunda Guerra, o tempo pode pôr os planos alemães a perder: além de baixas temperaturas, há a previsão de chuva para o final de semana, especialmente no sábado. Tanto que não se descarta a possibilidade de a formação do grid ser feita no domingo. Neste quadro, a Mercedes apela para a mandinga germânica para que se tenha pista seca e sim permitir que se mantenha na frente nos Construtores e Hamilton possa recuperar a liderança entre os pilotos. Ainda mais com um Verstappen tendo 3 posições no grid para cumprir e a possibilidade de trocar o motor.  Este é o grande atrativo deste GP da Rússia.

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