Confira as melhores mensagens de rádio da F1 em 2020

Na Fórmula 1, os rádios servem para a comunicação entre os pilotos, engenheiros e equipes durante os dias de treinos, classificação e corrida. Há quem considere uma diversão ouvir essas conversas, mas há ainda quem se incomode com a exposição dos áudios que são transmitidos para todo o mundo.

Para quem gosta, todas as segundas-feiras após as corridas o canal oficial da F1 disponibiliza os melhores rádios do final de semana e com a transcrição dos áudios na tela em inglês. E para quem tem acesso às transmissões da F1 TV, as conversas são transmitidas em tempo real e sem cortes, basta ficar acompanhando o piloto durante as atividades na pista. Outra novidade deste ano é que a categoria também passou a colocar a transcrição das mensagens durante as corridas.

A temporada de 2020 foi intensa, sem dúvida. Momentos como o heptacampeonato de Lewis Hamilton, as primeiras vitórias de Pierre Gasly e Sergio Pérez, as decepções de Charles Leclerc e George Russell ficaram registrados também nos áudios das equipes. Por isso, trazemos alguns desses rádios que marcaram a temporada da Fórmula 1.

Um heptacampeonato para chamar de seu

Foi no Grande Prêmio da Turquia que Lewis Hamilton se tornou o piloto que sete vezes conquistou o campeonato mundial da Fórmula 1 e ao vencer em Istambul, o britânico igualou-se ao alemão Michael Schumacher. Em uma pista molhada e que parecia não favorecer as Mercedes, Lewis fez uma grande performance e entrou para a história do esporte. Chorou debaixo do capacete e registrou palavras que vão ficar para a história. Ele ofereceu a conquista do hepta às crianças que sonham o impossível e disse para que elas nunca desistam ou duvidem de si mesmas. Além disso, assim como a cada corrida, agradeceu o apoio de toda a equipe.

Soltando a voz

Sabemos que Sebastian Vettel gosta muito de cantar. E na despedida dele da equipe Ferrari ficou claro que se chamarmos o tetracampeão para um karaokê, pode ser o último a sair da festa. Após cruzar a linha de chegada em Abu Dhabi, enquanto ouvia a mensagem de agradecimento do engenheiro, disse que tinha uma surpresa para a equipe. Em italiano, Vettel cantou pela última vez uma música para os companheiros de Maranello. Para se despedir e expressar gratidão, fez uma letra inspirada em uma canção italiana dos anos 1960, chamada Azzurro, de Adriano Celentano.

 1...2...3... testando!

Era o primeiro dia de treinos livres para o Grande Prêmio da Toscana e como sabemos, a primeira sessão do dia é o momento para fazer testes no carro. E no rádio. O engenheiro quer checar se a comunicação está funcionando e Lando Norris faz o teste com o que já se tornou o famoso "It's Friday then …” "it's Saturday, Sunday what?!” (Então é sexta-feira... é sábado, domingo o quê?). Eis que o piloto da McLaren canta mais alto: It’s Friday theeeen... it’s Saturday, Sunday what?!!. E recebe do engenheiro um Yeah, It’s OK, confirmando que está tudo certo. Isso tudo a mais de 200 quilômetros por hora na reta do circuito de Mugello.

Belisca que estou sonhando

Daniel Ricciardo não subia ao pódio desde 2018, em Mônaco, quando ainda era piloto da equipe Red Bull. No Grande Prêmio de Eifel, a 11ª etapa disputada em Nurburgring, na Alemanha, cruzou a linha de chegada em terceiro lugar, não só quebrando o jejum que durava dois anos, mas também deu à Renault o primeiro pódio, desde que os franceses retornaram à F1 como equipe de fábrica.

Detalhe: nesse pódio ele simplesmente esqueceu de fazer o tradicional shoey, quando tira a sapatilha e toma o champanhe nela (argh!)

O pódio na Renault era tão aguardado que no início da temporada o australiano chegou a apostar com Cyril Abiteboul, chefe da equipe, que se conseguisse chegar entre os três primeiros, ambos teriam que fazer uma tatuagem. Mal podemos esperar para descobrir qual desenho foi escolhido por Ricciardo.

Em 2021, Ricciardo será piloto da McLaren ao lado de Lando Norris. Essa dupla promete boas risadas. E muitos áudios divertidos também.

Desilusão: quem nunca? (parte I)

No GP do Sakhir, disputado no circuito externo do Bahrein, uma falha na comunicação no rádio entre os mecânicos da Mercedes gerou a confusão na troca de pneus entre George Russell, que substituía Lewis Hamilton, e Valtteri Bottas. Russell havia assumido a liderança no início da prova e abriu boa vantagem sobre o finlandês. Mas quando o safety car foi acionado e a equipe decidiu por um pit stop duplo, Russell recebeu os pneus de Bottas. O inglês precisou fazer nova parada, e embora tenha se recuperado na pista, teve um pneu furado. Terminou a corrida em nono lugar.

No rádio, o engenheiro pede desculpas a Russell e o inglês, muito desapontado, desabafou que não sabia o que dizer e que a vitória escapou das mãos por duas vezes. E que embora fosse um prazer trabalhar com a equipe, ele estava absolutamente devastado. Mas esperava ter uma nova oportunidade e agradeceu a todos.

Toto Wolff, chefe da Mercedes, revelou após a corrida que quando há a parada nos boxes, as equipes de mecânicos são avisadas pelo rádio e se posicionam com os pneus certos. Mas o rádio da equipe de Russell falhou e quando o carro chegou, não sabiam que estavam com os pneus incorretos.

Desilusão: quem nunca? (parte II)

Faltou pouco para que Charles Leclerc conquistasse mais um pódio na Fórmula 1. Na última volta do GP da Turquia, ao tentar ultrapassar Sergio Pérez, cometeu um erro e isso o fez perder o terceiro lugar. E o piloto monegasco ficou mesmo muito revoltado. Pelo rádio, o engenheiro ainda tentou valorizar a chegada na quarta posição, até porque Leclerc perdeu posições na largada e depois conseguiu se recuperar, ganhando posições para se manter na briga e marcar pontos.

O rádio divulgado pela F1 foi editado, mas muito bravo com os próprios erros, Leclerc não se controlou. Falou por várias vezes que fez um trabalho de m...., que era um estúpido. Mas ainda encontrou espaço para cumprimentar Sebastian Vettel, companheiro de equipe, que chegou ao pódio.

Realizando o sonho de vencer (parte I)

O Grande Prêmio da Itália caminhava para ser mais uma corrida nas mãos das Mercedes, mas nunca podemos desconsiderar que “carreras son carreras”, como diria Juan Manuel Fangio, pentacampeão mundial. Mas, quiseram os deuses do automobilismo que Pierre Gasly vencesse, de maneira surpreendente, a corrida disputada em Monza. Pelo rádio, o francês resumiu a alegria de conquistar a primeira vitória da carreira. E de fazer tocar no alto do pódio o hino francês após 24 anos, desde a conquista de Olivier Panis em Mônaco, em 1996. Incrédulo, ele pergunta ao engenheiro da equipe AlphaTauri o que acabaram de fazer. Sim, eles ganharam a corrida. E não foi qualquer corrida: a conquista foi em Monza, um dos mais tradicionais circuitos da F1.

Realizando o sonho de vencer (parte II)

Para Sergio Pérez, a primeira vitória depois de 190 corridas e dez temporadas certamente coroou a melhor temporada da carreira do piloto mexicano na Fórmula 1. E após cruzar a linha de chegada na primeira posição no GP do Sakhir, Perez mencionou o filho, Sergio Pérez Jr, assim como o pai apelidado de Checo, pedindo ao seu manager Luís para ter certeza de que o filho estaria olhando para ele naquele momento histórico. Depois da corrida, Pérez disse que nas últimas voltas só pensava que o filho estaria vendo-o e que vai se lembrar de um momento único que levou dez anos para acontecer.

Modernos cortadores de gramas #sqn

Na primeira corrida da temporada, disputada na Áustria, Valtteri Bottas superou Lewis Hamilton e conquistou a pole position. Poderia ter sido tudo normal se além de quebrar o recorde do autódromo de Spielberg, Bottas não tivesse saído da pista. E ainda achou que o carro cortava muito melhor a grama do que o cortador que ele tem em casa. O engenheiro entrou na brincadeira e disse que não sabia que a Mercedes estava fazendo cortadores de grama, mas que iriam dar uma olhada nisso.

 #KimiSincero

Que Kimi Raikkonen é conhecido por não ter paciência, a gente já sabe. Mas um áudio muito curioso e que repercutiu muito foi quando o piloto da Alfa Romeo foi chamado aos boxes durante o Grande Prêmio da Inglaterra e logo após foi avisado para não entrar no pitlane. Era tarde demais porque o finlandês já havia cruzado a entrada dos boxes em Silverstone. E respondeu muito irritado, além do que já estamos acostumados a ver ou ouvir pelo rádio. E quem não ficaria?

E vale também conferir a visão bem divertida -- e fora dos contextos do automobilismo -- do animador Nick Murray Willis. Ele fez uma adaptação dos rádios das equipes em seu último curta de animação sobre a Fórmula 1.