A origem dos nomes dos carros da F1 2022
W13? F1-75? RB18? Entenda de onde surgiu a inspiração para os nomes dos 10 carros da temporada de 2022
Alfa Romeo C42
A letra C não parece ser muito sugestiva ao nome da Alfa Romeo, que normalmente usa números ou nomes femininos em seus carros. Mas a origem dela não está ligada à montadora italiana, mas sim à Sauber.
Apesar de não aparecer, a equipe fundada por Peter Sauber é na verdade o time de fato, apenas rebatizado com o nome da montadora. A Sauber usa o C desde seu início, quando Peter focava em construir carros de Endurance. Um que ficou muito famoso foi o Sauber C9, campeão das 24 Horas de Le Mans de 1989.
Mesmo quando a equipe entrou na F1 em 1993, o C foi mantido, com o modelo de estreia sendo chamado de C12. Tirando os anos de 2006 até 2009, quando a Sauber era parte da BMW, a letra estava presente.
O C da equipe é de Christine Sauber, que é a esposa de Peter.
AlphaTauri AT03
Esse não tem muito mistério: é simplesmente a simplificação do nome da equipe, que estreou no grid em 2020, substituindo a Scuderia Toro Rosso, ambas equipes do grupo Red Bull. Como esse é o terceiro carro da equipe, recebe o número 3.
Alpine A522
A Alpine entrou no grid em 2021, substituindo a Renault. Por conta de uma reorganização no grupo Renault, a divisão, antes chamada de Renault Sport, passou a se chamar Alpine. A mudança de nome na verdade fez ressurgir a antiga Alpine, uma montadora inicialmente independente, fundada em 1955, que fazia carros esportivos com motores Renault, e todos os seus carros começam com a letra A.
Em 1973, a fábrica criada por Jean Redelé foi comprada pela Renault. Em 1975, a montadora a designou como encarregada de fazer seu projeto para entrar na F1. Para escolher o nome, a Alpine se baseou em sua sequência de projetos na área esportiva. Usava o A200 para seus GTs em Le Mans, A300 para carros de F2 e F3, a A400 para Protótipos de Le Mans. Desta forma, a nomenclatura ficou A500 para o primeiro F1 da marca, usando o motor turbo da Renault, que seria uma pioneira nesta tecnologia na F1, entrando em 1977.
Mas em 1976, o Grupo Renault resolveu unir a Renault Sport e a Alpine, com a primeira sendo a principal. Sendo assim, quando entrou na F1, a equipe entrou como Renault e não Alpine. A nomenclatura atual da equipe segue uma ordem lógica do ano, sendo 22 a representação de 2022
Aston Martin AMR22
A Aston Martin também está em seu segundo ano na F1. O 22 do nome, como no caso da Alpine, representa o ano. A sigla AMR, significa Aston Martin Racing. A primeira vez que a sigla surgiu foi em um protótipo de Le Mans feito pela marca em 1989. Em 2004, a AMR acabou virando uma divisão oficial, para cuidar das corridas de longa duração da marca e finalmente, após a mudança de Racing Point para Aston Martin, ela apareceu na F1.
Ferrari F1-75
A Ferrari não é conhecida por ter uma sequência coerente em seus carros, apesar que, por muito tempo, teve a nomenclatura composta por números que indicavam alguma questão técnica. Um exemplo foi a série 312, que durou entre os anos 60 e 80: o nome era derivado do tamanho do motor (3 litros) e pela quantidade de cilindros que o motor possuía (12).
O carro deste ano tem o número em homenagem aos 75 anos da fundação da montadora de Maranello, que foi em 1947. A Ferrari já fez homenagens à Itália (F150, em homenagem à fundação do país) e a Enzo Ferrari (SF90).
Haas VF-22
A dona da equipe, a Haas Automation Inc, é uma empresa de máquinas industriais, especializada principalmente em tecnologia de usinagem CNC. Líder de mercado, as máquinas mais vendidas da marca são de usinagem vertical, conhecida como série “VF”. Para a F1, desde sua estreia em 2016, a empresa resolveu adotar a mesma sigla, acompanhada do ano.
McLaren MCL36
A McLaren não é uma equipe que desde o começo mantém a estrutura de nomenclatura. Primeiro eles usavam M, seguido de um número e se fosse uma variante do modelo original, incluíam uma letra, como por exemplo: M29F.
Em 1980, a McLaren estava com sérios problemas políticos, esportivos e financeiros. John Hogan, executivo da principal patrocinadora da equipe, forçou Teddy Mayer, dono do time, a fazer uma fusão com uma equipe de F2 chamada Project Four, comandada por Ron Dennis.
Ron acabou assumindo o controle do time e em seu primeiro projeto, o carro teria uma nova nomenclatura: agora a sigla seria de McLaren Project 4. Assim surgiu a MP4/1, em 1981, que foi um carro revolucionário, usando pela primeira vez um chassi inteiramente feito em compósito de fibra de carbono.
A sigla MP4 se manteve até o ano de 2016, quando Ron Dennis saiu do time. Com o comando de Zak Brown, o modelo de 2017 mudou a sigla: saiu o MP4 e veio o MCL, mas mantendo a numeração. Assim, se chamou MCL32. Desde então a nomenclatura não mudou a mantém a sequência estabelecida a partir de 1981.
Mercedes F1 W13
Desde quando voltou como equipe para a F1, a Mercedes mantém uma linha fixa a partir do W01, de 2010. Mas o W vem de muito antes disso. Em 1934, a Mercedes-Benz entrou no Europeu de Grand Prix, uma espécie de campeonato pré-F1, em sua estreia surgiu o W25. O W se manteve em seus carros Grand Prix até 1939, quando a Segunda Guerra começou. No pós-Guerra, a montadora alemã teve uma curta passagem pela F1, entre os anos de 1954 e 1955. O modelo W196 foi um fenômeno na categoria, com Fangio vencendo os dois anos.
Mas de onde vem o W? De Wagen, que é carro em alemão.
Red Bull Racing RB18
A Red Bull, igual a Mercedes, mantém uma nomenclatura desde o começo. Em 2005, a Red Bull entrou na F1, com a RB1, que é simplesmente a abreviatura do nome da empresa. Desde então não se mudou, a exceção é que a equipe pulou o número 17. Isso foi porque na teoria entre 2020 e 2021, o carro seria o mesmo, apenas com atualizações. Então a Red Bull resolveu usar os nomes RB16 e RB16B, pulando o 17, para manter a sequência lógica.
Williams FW44
FW é uma sigla curiosa, pois ela surgiu antes da criação da Williams como conhecemos. Em 1974, Frank Williams era dono da equipe Iso-Marlboro, que tinha esse nome por causa dos dois maiores patrocinadores, a montadora italiana Iso e a tabaqueira Marlboro. Mas elas estavam se desvinculando do time ao final da temporada.
Então o modelo que se chamava IR, mudou para FW, sigla para Frank Williams.
Em 1975, a equipe voltou ao seu nome original na época: Frank Williams Racing Cars. Desse carro, saíram as variantes FW02 e FW03. Em 1975, um novo carro surgiu, o FW04. Ao mesmo tempo que Walter Wolf, um milionário canadense do ramo do petróleo, comprou 60% da equipe (não confunda com Toto Wolff, pois não existe ligação). Wolf também contratou Harvey Postlethwaite, e comprou parte da estrutura da Hesketh Racing, que anunciava que estava sem dinheiro naquele momento.
Com Postlethwaite, surgiu a FW05, na verdade era uma Hesketh 308C renomeada. Mas Wolf e Frank Williams se desentenderam e o britânico saiu da equipe. Em 1977, Frank Williams, junto com Patrick Head, fundaram a Williams Grand Prix Engineering e estrearam com um March 761. Mas no ano seguinte, veio o FW06, Frank não quis mudar a nomenclatura da sua antiga equipe. Desde então a equipe manteve o nome. Em 2017, a Williams pulou o FW39 e foi para o FW40, em homenagem aos 40 anos da equipe. Este foi o único número pulado pelo time.