Teste: Renault Kwid Intense é leve e econômico
O Kwid estreou em 2017, mas ainda é um carro novo para o consumidor brasileiro. A versão Intense é bem equipada, considerando a categoria
A proposta do carro é ser um SUV urbano, por isso 80% de suas peças foram produzidas exclusivamente para ele. Dessa forma, não tem peças caras ou pesadas, superdimensionadas para um carro urbano, prejudicando o consumo e aumentando o preço final.
Ar-condicionado, direção elétrica, faróis de neblina e vidros elétricos são de série. Já mostramos o Kwid Zen, intermediário (R$ 40.390) num comparativo no qual ele bateu o Fiat Mobi Like. Já o Kwid Intense custa R$ 42.890 e acrescenta somente três itens: computador de bordo, faróis de neblina e rodas intense. Apesar de estar no início da na faixa dos R$ 40 mil, o Kwid Intense já conta com bons equipamentos, que o tornam mais atraente e confortável.
O design é o primeiro atrativo do Kwid. Ele parece mesmo um SUV em miniatura. A grade dianteira junta-se aos faróis e valoriza a largura do carro. As lanternas traseiras lembram as do Nissan Kicks. A proteção das caixas de roda não é aplicada, como nas versões aventureiras de todos os carros, e sim uma peça que envolve também toda a parte de dentro.
Devido à sua proposta de “SUV”, o Kwid tem 180 mm de vão livre do solo e minúscula distância entre o eixo das rodas e a extremidade do carro. Os ângulos de entrada (24o) e saída (40o) são suficientes para encarar buracos, lombadas, depressões e entradas de garagens. Tecnicamente, o Kwid é considerado um SUV pelo Inmetro devido a esses três números, mas na prática não é.
A posição de dirigir elevada (583 mm entre o assento do banco e o solo) agrada quem não gosta de ficar afundado na cabine. A direção elétrica levíssima também agrada. Por ser um carro muito leve (menos de 800 kg), o Kwid tem uma relação peso/potência melhor do que a de seus concorrentes diretos (Fiat Mobi e Volkswagen Up). Isso compensa a baixa potência, de apenas 70 cv com gasolina e 66 vc com etanol.
A mecânica é a mesma para todas as configurações, o que facilita na escolha do carro: basta decidir qual nível de equipamento ou de acabamento se deseja. Todas as versões vêm com airbags laterais, além dos obrigatórios airbags dianteiros. Além disso, o Kwid tem dois isofix para prender cadeirinhas infantis.
Item | Conceito |
Nota (0 a 5) |
---|---|---|
Desempenho | médio | 2 |
Consumo | ótimo | 5 |
Segurança | bom | 3 |
Conectividade | médio | 2 |
Conforto | médio | 2 |
Pacote de Série | médio | 2 |
Usabilidade | bom | 3 |
Veredicto | bom | 2.6 |
A proposta de nenhuma versão oferecer rodas de liga leve (elas são de aço aro 14), com apenas três parafusos, é boa, pois está dentro da filosofia de economia de custos. Melhor: no Kwid Intense, a roda de aço tem um desenho que deixa muito parecida com uma roda de liga leve.
O consumo é nota A. Com gasolina, o Kwid chega a fazer 15 km/l na cidade. O porta-malas de 290 litros surpreende, pois é maior do que o do VW Gol e perde por apenas 10 litros para o do Hyundai HB20, que são carros bem maiores. Cabe uma bolsa feminina no porta-luvas. O tamanho dos porta-objetos das portas e do console central também são surpreendentes num carro tão pequeno.
O que pode melhorar
O motor 3 cilindros 1.0 do Kwid tem a mesma nomenclatura SCe do bloco usado no Renault Sandero, mas ele não tem o ESM (gerenciamento inteligente de energia) e utiliza comando de válvulas simples, sem variador de fases. A dirigibilidade carro também pode ser aprimorada, mesmo com sua proposta urbana.
Ok, a proposta é economizar, mas um conta-giros sempre é interessante para quem deseja dirigir de forma econômica. O indicador de troca de marchas ajuda um pouco, mas não pode ser considerado um substituto.
Apesar de a distância entre-eixos ser razoável, o Kwid é muito estreito. Isso faz com que a alavanca de câmbio bata na perna do motorista quando usada a segunda marcha ou a ré. A falta de ajuste de altura do banco e do volante pode prejudicar a posição de dirigir para algumas pessoas (não foi o nosso caso).
Os números
- Preço: R$ 42.890
- Motor: 1.0 flex
- Potência máxima: 70 cv a 5.500 rpm (e)
- Torque máximo: 96 Nm a 4.250 (e)
- Câmbio: 5 marchas MT
- Comprimento: 3,680 m
- Largura: 1,579 m
- Altura: 1,474 m
- Entre-eixos: 2,423 m
- Peso: 786 kg
- Pneus: 165/70 R14
- Porta-malas: 290 litros
- Tanque: 38 litros
- 0-100 km/h: 14s7
- Vel. máxima: 156 km/h
- Consumo cidade: 14,9 km/l (g)
- Consumo estrada: 15,6 km/l (g)
- Emissão de CO2: 86 g/km
- Modelo avaliado: 2020