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Dono de Ferrari pode perder um Jeep Compass por ano

Saiba como e quanto desvalorizam (ou valorizam) os carros esportivos de luxo; diferença pode chegar a R$ 344 mil por ano

22 mai 2021 - 06h00
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A desvalorização dos carros esportivos de luxo é o equivalente ao preço de ótimos carros zero km. O dono de um Ferrari 812 Superfast, por exemplo, perde o equivalente a um Jeep Compass Série 80 Anos. O Ferrari 812, equipado com motor V12 de 800 cavalos, custa R$ 4,2 milhões. Um ano depois, o carro do milionário já desvalorizou 4%, ou seja, R$ 168 mil. Valor de um Jeep Compass zerinho.

Uma pesquisa realizada pela seguradora americana Hagerty analisou a desvalorização de esportivos das marcas Aston Martin, Audi, Bentley, Ferrari, Lamborghini, McLaren, Mercedes-Benz e Porsche em versões cupê e conversível. O estudo levou em conta os três primeiros anos de uso desses modelos. O resultado foi parecido com os demais modelos do mercado, com médias que variam de 3% a 13% no primeiro ano. No entanto, pelo alto valor dos carros, essa desvalorização pode significar uma quantia relevante para a maioria das pessoas.

O mesmo exemplo da Ferrari pode ser aplicado para outros carros. Um Porsche 911 Turbo S custa R$ 1,459 milhão. Após um ano, o esportivo alemão desvaloriza 4%, o equivalente a R$ 58 mil. Após três anos de uso, são 19% a menos, isto é, R$ 277 mil. Com esse valor, é possível comprar um outro carro premium. Nesse caso, um Mercedes A200 Sedan, que custa R$ 276 mil.

QUANTO SE PERDE NOS CARRÕES
ModeloPreço
no Brasil
Desv.
1 ano
Perda
Ferrari 812 SuperfastR$ 4.200.0004%R$ 168.000
Lamborghini AventadorR$ 4.300.0008%R$ 344.000
McLaren 720SR$ 2.900.00011%R$ 319.000
Audi R8 5.2 V10R$ 1.375.9906%R$ 82.560
Lamborghini HuracánR$ 2.300.0003%R$ 69.000
McLaren 570SR$ 1.800.00013%R$ 234.000
Mercedes AMG GT C RoadsterR$ 1.875.9007%R$ 131.313
Porsche 911 Turbo SR$ 1.459.0004%R$ 58.360
Ferrari PortofinoR$ 2.400.0004%R$ 96.000
Ferrari 488 SpiderR$ 3.660.0004%R$ 146.400
Ferrari 488 PistaR$ 3.700.000+7%+R$ 259.000

No caso dos carros esportivos de luxo, além dos demais fatores que contribuem para a desvalorização de um veículo, há também os custos de manutenção, que exigem mão-de-obra especializada. Isso porque a maioria dos modelos esportivos conta com soluções e peças complexas e de custo elevado.

Só a troca de óleo de um Bugatti Veyron custa em torno de R$ 100 mil, valor que daria para comprar outro carro francês, bem bacana, o novo Peugeot 208 Griffe, porém bem mais modesto em suas pretensões. Além disso, os milionários “sofrem” perdas por que praticamente todos os anos há o lançamento de novidades nesse segmento, o que contribui para que as unidades mais antigas se tornem ultrapassadas ou “fora de moda”.

Mas há exceções. É o caso do Ferrari 488 Pista. A edição limitada do esportivo italiano teve uma valorização de 7% nas unidades zero km. Lançado no Brasil em 2018 por R$ 3,7 milhões, o esportivo italiano valorizou R$ 259 mil no primeiro ano de uso. Ou seja: foi como ganhar na loteria, levando uma bolada de dinheiro para casa. Se quisesse, só com a valorização, o dono de um Ferrari 488 Pista poderia comprar o recém-lançado Ford Bronco Sport, que custa R$ 257 mil.

De acordo com a Hagerty, essa exceção ocorre quando a procura por um modelo é maior do que a demanda. Em um segmento no qual a exclusividade é um dos principais atributos, os proprietários que já possuem um carro em mãos e podem oferecer a quem não queira esperar o ritmo de produção indicado pelo fabricante. Muitos milionários não se incomodam de pagar mais caro para receber seu novo carrão o quanto antes.

Além disso, um carro esportivo de luxo também pode se valorizar após anos de uso. É o caso de carros clássicos como o Ferrari F40, o Lamborghini Countach ou as primeiras gerações do Porsche 911. Nesse caso, com o passar dos anos, o número de unidades em boas condições de uso diminui, o que contribui para a exclusividade desses modelos. Outra possibilidade são edições especiais limitadas a pouquíssimos exemplares, como é o caso do Bugatti La Voiture Noire, que teve apenas uma unidade produzida e foi vendida por 11 milhões de euros (cerca de R$ 70 milhões).

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