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Dia da Mulher: raio-x da mobilidade feminina no Brasil

40% das mulheres ouvidas em pesquisa vivem em residência com um carro, mas o marido ainda controla o veículo em 68% dos casais

8 mar 2021 - 07h00
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Pesquisa mostra que mulher ao volante NÃO é perigo constante.
Pesquisa mostra que mulher ao volante NÃO é perigo constante.
Foto: BCBiz / Divulgação

Uma pesquisa realizada pela plataforma digital de educação Younder, em parceria com o Instituto Mobih, traz um panorama das dificuldades enfrentadas diariamente pelas mulheres na mobilidade. Batizado de Mobilidade e as Mulheres, o levantamento inclui uma pesquisa quantitativa on-line feita com 203 mulheres brasileiras e outros recortes, e reúne o apoio de especialistas em tecnologia para educação do trânsito, mobilidade, diversidade e inclusão.

O estudo tem como objetivo oferecer insumos para embasar argumentos e ideias que promovam reflexões e mudanças positivas para o público feminino. Um dos diferenciais da pesquisa é a análise de nuances dentro dos grupos sociais, que não são levadas em consideração, especialmente as relacionadas a gênero.

Estudo indica que 40% das mulheres vivem em residência com somente um carro, que é utilizado majoritariamente pelo homem da casa.
Estudo indica que 40% das mulheres vivem em residência com somente um carro, que é utilizado majoritariamente pelo homem da casa.
Foto: Youunder / Divulgação

A amostra indica que 40% das mulheres vivem em residência com somente um carro, sendo que, em 55% das oportunidades o homem fica com o veículo nesses lares. Além disso, 68% dos homens que ficam com o automóvel único possuem relações conjugais, enquanto 32% são familiares. Dentre os motivos analisados, os homens geralmente preferem um carro para ter mais controle sobre chegada e saída, enquanto a prioridade das mulheres é manter a própria privacidade.

Além disso, outra questão abordada no estudo foi o assédio sofrido pelo público feminino. Por utilizarem menos o carro próprio, as mulheres são mais ativas na utilização de aplicativos de transporte. Segundo levantamento feito pela Consultoria BCG no último ano, 60% das mulheres utilizaram aplicativos ao menos uma vez por semana. No entanto, seja no transporte público, por aplicativo ou em táxis, a privacidade não é respeitada.

Pesquisa mostra que mulheres costumam utilizar mais transporte público do que os homens.
Pesquisa mostra que mulheres costumam utilizar mais transporte público do que os homens.
Foto: Youunder / Divulgação

A pesquisa indica que, dentre as brasileiras com mais de 18 anos, 97% afirmaram que já passaram por situações de assédio sexual no transporte público, por aplicativo ou em táxis. Os dados são dos Institutos Patrícia Galvão e Locomotiva e apontam que 71% das mulheres conhecem alguma mulher que já sofreu assédio em espaço público.

Como se não bastasse esse problema, o estudo também expõe as condições dos trajetos feitos por mulheres. “Os obstáculos começam ao sair de casa: calçadas esburacadas, ruas sem sinalização, falta de iluminação em muitos locais. Desde 2016, decidi não utilizar automóvel e passei a usar transporte público e aplicativos, por isso posso listar sem medo as inúmeras questões que me atravessam antes de virar a chave do meu apartamento antes de sair para os meus compromissos”, argumenta a consultora Ana Bavon.

Cerca de 97% das mulheres brasileiras acima de 18 anos já passaram por alguma situação de assédio no transporte público.
Cerca de 97% das mulheres brasileiras acima de 18 anos já passaram por alguma situação de assédio no transporte público.
Foto: Youunder / Divulgação

Mulher ao volante NÃO é perigo constante

Ao contrário do que muitos pensam, mulher ao volante não é sinônimo de perigo constante. Segundo o relatório anual da Seguradora Líder -- responsável pelo seguro DPVAT -- cerca de 75% das indenizações pagas no Brasil em 2019 foi para vítimas do sexo masculino, mantendo o mesmo comportamento dos anos anteriores. Já para mulheres, o índice foi de apenas 25%, um terço do indicado para os homens.

Pesquisa mostra que mulheres costumam utilizar mais transporte público do que os homens.
Pesquisa mostra que mulheres costumam utilizar mais transporte público do que os homens.
Foto: Youunder / Divulgação

Para a especialista em segurança e educação no trânsito, Roberta Torres, a solução para o fim do preconceito contra as mulheres na mobilidade é através do debate sobre essa questão. “Embora os dados estatísticos demonstrem exatamente o contrário, crescemos ouvindo o ditado ‘Mulher ao volante, perigo constante’ e, por trás dele, existe uma cultura de gênero que precisa ser cessada. Levantar este debate é essencial para um trânsito mais humano e justo”, sugere Torres.

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