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Análise: por que “todo mundo” está comprando um Mobi?

Fiat Mobi continua surpreendendo no mercado e já disputa posição no ranking com o Chevrolet Onix. Mas, por que? Veja os motivos

27 abr 2021 - 12h55
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De repente, de uns tempos para cá, “todo mundo” passou a comprar o Fiat Mobi. O subcompacto ganhou status, passou a ter relevância no mercado e pode até aposentar o Fiat Uno, seu irmão maior e, para muitos, melhor. Mas, afinal, o que explica o atual sucesso comercial do Fiat Mobi?

O primeiro motivo é técnico. A Fiat deu nova vida ao carro ao lançar a versão Mobi Trekking, no ano passado. O veículo teve a suspensão bastante elevada e agora possui uma altura livre do solo de 19 cm, segundo a Fiat. Isso melhorou também outros atributos que o Mobi já tinha: bom ângulo de entrada (23,9°), ótimo ângulo de rampa (20°) e excelente ângulo de saída (40,7°).

O Mobi Trekking, portanto, passou a ter atributos de um mini SUV, situação que era exclusiva do Renault Kwid no segmento. Além desses ajustes, o Mobi passou a oferecer bancos com acabamento premium, teto bicolor, nova central multimídia e rodas de liga leve. Mesmo com o acréscimo de R$ 3.086 na multimídia e de R$ 2.364 nas rodas, o Mobi passou a ter uma versão aspiracional.

O segundo motivo é o marketing. Com um Mobi mais bonito, mais equipado e mais alto, a Fiat pode criar uma boa campanha de marketing para o carro. É mais ou menos igual à que a Renault criou para o Kwid quando ele foi lançado, usando o Incrível Hulk como personagem. Milhões de pessoas já viram o Mobi enfrentando buracos de rua na propaganda da televisão.

Para a indústria automobilística, o carro não precisa necessariamente ser o máximo em determinados atributos; basta que ele os tenha. O resto fica com a publicidade. Assim, o Mobi Trekking, que custa R$ 53.042, mas pode chegar a R$ 60.030 com seus três pacotes opcionais, ajuda a Fiat a vender também as  versões Easy (R$ 44.371) e Like (R$ 52.216).

O terceiro motivo para o sucesso comercial do Fiat Mobi é a forma de comercialização. No primeiro trimestre deste ano, quase metade das vendas do Mobi foi na modalidade de venda direta: 8.650 contra 8.874. Em março, as vendas diretas superaram as vendas de varejo: 3.499 unidades contra 3.266. Note, portanto, que o carro vende bem também no varejo.

O quarto motivo é a própria situação do mercado. Algumas montadoras estão sofrendo com falta de peças para produção e, por isso, focam as vendas nos modelos mais sofisticados e nas versões mais caras. O novo Chevrolet Onix, por exemplo, não está disponível nas versões aspiradas na linha 2022. O novo Onix mais em conta, segundo o site da Chevrolet, é o LT 1.0 turbo de 116 cv, que parte de R$ 71.130.

Claro que o Mobi não é concorrente direto do novo Onix. Ele não concorre diretamente nem sequer com o Onix Joy (modelo antigo), que custa R$ 59.460. Entretanto, entre um carro que é considerado "velho" pelo próprio fabricante e que não tem mais nenhum aspecto aspiracional, e  outro que é exibido como “novo” pelo fabricante Mobi e está toda hora na televisão, muitos consumidores preferem o segundo. As qualidades técnicas de um e outro nem são consideradas. Assim, o Fiat Mobi chega ao final de abril com 5.134 vendas, apenas 46 carros de diferença para o Chevrolet Onix, que tem 5.180 vendas.

Guia do Carro
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