Veja o nível de colesterol em alimentos típicos das festas de fim de ano
A Dra. Rafaela Penalva, chefe da Seção de Cardiometabolismo do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, aponta que diversos pratos tradicionais possuem concentrações elevadas de colesterol
O consumo de alimentos com alta concentração de gorduras saturadas durante as celebrações de dezembro é um fator monitorado por especialistas para o controle dos níveis de lipoproteína de baixa densidade (LDL), conhecido como colesterol ruim. O acúmulo dessa substância na corrente sanguínea está associado ao aumento da incidência de infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC).
A Dra. Rafaela Penalva, chefe da Seção de Cardiometabolismo do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, aponta que diversos pratos tradicionais possuem concentrações elevadas de colesterol. A análise técnica de 100 gramas de cada item revela os seguintes valores:
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Maionese caseira: 100 a 200 mg
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Pernil assado: 82 a 102 mg
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Chester: 85 a 100 mg
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Peru: 74 a 76 mg
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Tender: 50 a 60 mg
Para a composição de uma ceia com menor impacto lipídico, a recomendação médica inclui o consumo de carnes magras (como lombo suíno ou aves sem pele) e peixes assados ou grelhados. Acompanhamentos como arroz com lentilhas, farofas com aveia, legumes e queijos brancos (ricota ou cottage) são indicados como alternativas. No preparo, orienta-se o uso de óleos vegetais ou azeite, além da moderação no consumo de oleaginosas, como nozes e castanhas.
Dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) indicam que 40% da população brasileira possui índices elevados de colesterol. A SBC estabelece que o valor do colesterol total deve ser inferior a 190 mg/dL e o HDL (colesterol bom) superior a 40 mg/dL.
Os níveis de referência para o colesterol LDL são determinados conforme o perfil de risco cardiovascular do indivíduo:
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Risco baixo: inferior a 130 mg/dL
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Risco moderado: inferior a 100 mg/dL
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Risco alto: inferior a 70 mg/dL
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Risco muito alto: inferior a 50 mg/dL
A doença arterial coronariana é a principal causa de óbito no Brasil, sendo resultante da obstrução das artérias por gordura. A prevenção fundamenta-se na manutenção de uma dieta equilibrada, na atividade física regular e na ausência de tabagismo.
Especialistas reforçam que o controle deve ser contínuo, não se restringindo aos períodos festivos. Pacientes diagnosticados com dislipidemia ou outros fatores de risco devem manter acompanhamento com equipes multidisciplinares, envolvendo cardiologistas, nutricionistas e endocrinologistas, para garantir a estabilidade dos índices metabólicos ao longo de todo o ano.