Tremembé: O que se sabe sobre o 'presídio dos famosos'?

O Complexo Penitenciário de Tremembé se destaca por seu caráter peculiar. Localizado no interior de São Paulo, este estabelecimento carcerário ganhou notoriedade por abrigar indivíduos envolvidos em crimes graves que ganharam ampla atenção midiática. Por isso, ficou conhecido como 'o presídio dos famosos'. Desde 2005, Tremembé acolhe presos que, devido à natureza dos seus crimes ou à sua popularidade, poderiam ser alvos de violência em outros presídios.

Assim, chamou a atenção do público a obra "Tremembé, o presídio dos famosos", escrita pelo jornalista Ullisses Campbell. Nela, o autor oferece uma visão aprofundada sobre a dinâmica interna desta unidade prisional. Campbell desvenda a intricada teia de relações entre detentos famosos e anônimos, assim como as lutas por poder e privilégios que ocorrem diariamente em seus corredores.

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Histórias de Tremembé,  'o presídio dos famosos'

No coração do presídio, a luta por status não toma apenas a forma de rivalidade entre famosos, mas também através de trocas materiais e favores. Thiago Brennand, de uma abastada família pernambucana, protagoniza algumas dessas histórias. Enquanto cumpria pena no Centro de Detenção Provisória de Pinheiros, ele adquiriu o hábito de comprar e descartar cuecas de marca, criando um mercado informal entre os presos. Além disso, costuma ler livros de filosofia durante o banho de sol. Segundo o jornalista, no presídio, Brennand tem fama de arrogante e vive uma espécie de 'briga de egos', com o ex-jogador Robinho, que também cumpre pena por estupro.

"Em 2004,  Suzane von Richthofen ficava na penitenciária feminina da capital, mas as presas fizeram uma rebelião para matá-la. E ela foi levada para outros presídios até chegar em Tremembé. Assim, foi se criando essa fama",  explica o jornalista ao jornal O Globo, onde é colunista.

Quando aconteceu o Miss Primavera, um concurso anual que destaca a busca por um toque de normalidade, Suzane desempenhou o papel de jurada em uma edição. Anna Carolina Jatobá, condenada por matar a enteada, Isabella Nardoni, e Elize Mastunaga, que assassinou o marido, o executivo Marcos Kitano, ajudavam a embelezar as colegas do presídio.

Lá foi o destino do ex-policial militar Ronnie Lessa, condenado pelo assassinato da vereadora Marielle Franco. Além disso, na semana passada, o influenciador digital Hytalo Santos, que responde por exploração sexual de menores de idade, quis ir pra lá. No entanto, o pedido foi negado pela Justiça.