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Terceiro Setor faz serviços do governo, dizem brasileiros

Para 46% dos brasileiros o Terceiro Setor assume responsabilidades que deveriam ser do poder público, aponta pesquisa

18 mar 2024 - 16h40
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As atividades do Terceiro Setor direcionam-se especialmente à população mais pobre da sociedade, que sofre pela dificuldade de acesso a serviços públicos de qualidade, como nas áreas da saúde e da educação. Ao mesmo tempo em que isso eleva a importância das organizações da sociedade civil (OSCs), também aponta as mazelas do Estado no cumprimento de suas obrigações, garantidas pela Constituição Federal.

Foto: Freepik / DINO

Um dos estudos mais recentes que corroboram com essa constatação foi elaborado em 2022 pelo instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec), sob encomenda do Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (Gife). Na opinião de 46% dos brasileiros, o Terceiro Setor assume responsabilidades que deveriam ser dos órgãos governamentais.

A pesquisa, inédita no país, foi intitulada Percepção de brasileiros/as sobre a sociedade civil. O levantamento também mostra que 56% dos 2.002 entrevistados avaliam positivamente o papel das OSCs. Deste grupo, 21% disseram que a confiança se deve ao fato de conhecerem de perto o trabalho das entidades. Outros 19% afirmaram já terem ouvido depoimentos de quem recebeu apoio de uma entidade, enquanto 16% têm uma imagem positiva de quem participa de uma OSC.

"Esse tipo de estatística mostra como as entidades são importantes para a sociedade brasileira. Elas exercem funções que atenuam a responsabilidade do Estado, mas, principalmente, que levam às pessoas de baixa renda serviços que oferecem uma qualidade tão boa quanto a do setor privado", explica o advogado Tomáz de Aquino Rezende, especializado em assistência jurídica voltada para entidades sem fins lucrativos e presidente da Confederação Brasileira de Fundações (Cebraf).

Por outro lado, ele reconhece que a valorização das entidades pode ser ainda maior. "Estamos no caminho, mas é necessário intensificar o diálogo com a sociedade, dar ainda mais transparência ao trabalho que é desempenhado por cada organização e evocar a comunidade a participar", analisa.

"Muita gente ainda torce o nariz para as instituições por acharem que todas recebem recursos públicos, e de forma fraudulenta. Infelizmente, ainda há um desconhecimento geral sobre a realidade financeira das OSCs e do quanto elas devolvem para a população. Dar notoriedade a um cenário mais realista é um trabalho de formiguinha, mas nós vamos chegar lá", argumenta.

A pesquisa desenvolvida pelo Ipec sugere que essa aproximação poderia ampliar a rede de apoio às instituições. A metade dos entrevistados respondeu que está disposta a apoiar ações de diferentes maneiras de uma organização da sociedade civil. "Não é só pelo reconhecimento, mas até pela reciprocidade. Uma sociedade cresce quando suas organizações crescem, e vice-versa. Então, é preciso focar também em estratégias que deem mais credibilidade. Quando isso ocorrer, todo mundo tende a ganhar", finaliza.

Website: https://aquinoresende.com.br/

DINO Este é um conteúdo comercial divulgado pela empresa Dino e não é de responsabilidade do Terra
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