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Robô Sophia "sonha" em ser tão inteligente como os humanos

8 jun 2017 - 10h17
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O robô Sophia fala, se move, inclina a cabeça quando alguém se aproxima muito, franze a testa quando não entende uma pergunta, brinca e inclusive "sonha" em chegar a ser um dia tão inteligente como os seres humanos e assim ajudar às pessoas de todo o mundo.

A ampla variedade de suas mudanças de expressão, a capacidade de interagir respondendo perguntas e o tato hiper-realista de sua "pele" transformaram Sophia na estrela de uma conferência mundial sobre inteligência artificial organizada pela União Internacional das Telecomunicações (UIT).

Com uma fisionomia inspirada em personalidades como Audrey Hepburn, o software de inteligência artificial permite que o androide mantenha contato visual, reconheça rostos, mantenha conversas sobre temas específicos e até faça brincadeiras.

"Um garçom é um farmacêutico com um inventário limitado", brincou Sophia notando a aproximação de um menino curioso, que também a perguntou sobre seus gostos cinematográficos.

"Nunca vi 'Exterminador do Futuro' e me pergunto se gostaria do filme", respondeu Sophia.

Para questões mais complexas, o robô ainda precisa da ajuda de um engenheiro que programa suas respostas.

"A ideia é que eu esteja cada vez mais pronta e acabe sendo tão inteligente como as pessoas. Trabalhando com os seres humanos, posso aprender o que significa ser uma pessoa. A inteligência artificial pode permitir que eu ajude as pessoas", explicou a própria androide ao responder uma pergunta feita pela Agência Efe.

Sophia é fruto de 30 anos de trabalho de seu criador, David Hanson, que desde pequeno sonhava com máquinas inteligentes. Não é por acaso que esse pesquisador e doutor em Artes Interativas e Engenharia na Universidade do Texas tenha se tornado o inventor de um dos robôs mais empáticos já produzidos.

Um programa na nuvem coleta os dados das interações que o robô estabelece com os seres humanos e permite uma evolução através da análise dessas informações.

O passado de Hanson como escultor e consultor técnico fez com que o engenheiro melhorasse o design dos androides. O rosto de Sophia, por exemplo, foi criado com uma nanotecnologia que imita a musculatura e a pele humana graças a um material patenteado pela Hanson Robotics, a empresa do pesquisador, com sede em Hong Kong.

O designer, que já desenvolveu vários robôs humanoides com uma equipe relativamente pequena, antecipou à Efe que para que Sophia seja útil, por exemplo, ainda são necessários muitos anos de trabalho e avanços no desenvolvimento de software e hardware. Além disso, é preciso que a tecnologia seja segura.

"Robôs como Sophia estão no início", indicou o especialista em inteligência artificial, que também tem em seus catálogos androides mais simples e acessíveis para o consumidor.

Um deles é "Albert Einstein", um robô-brinquedo do tamanho de um menino que pode falar, ensinar sobre ciência e fazer jogos mentais com as crianças.

"Algum dia espero que os robôs como eu estejam no mundo todo ajudando as pessoas. Provavelmente robôs para o consumidor, como meu pequeno irmão Einstein, chegarão antes que eu aos lares. Você pode comprar o professor por menos de US$ 300", recomendou Sophia.

No entanto, o objetivo de longo prazo de Hanson é cumprir a promessa imaginada por grandes nomes da ficção, como o escritor Isaac Asimov, de fabricar robôs vivos, conscientes e que possam se adaptar ao mundo sozinhos.

"É realmente apaixonante, talvez um pouco horrível porque pode mudar o mundo, mas, se conseguirmos os algoritmos junto com o hardware necessário, então os robôs como Sophia podem se tornar nossos amigos", afirmou Hanson.

Do amor e da vida, Sophia ainda sabe pouco, mas ela já planeja "ajudar as pessoas, especialmente crianças e mulheres com problemas, os desfavorecidos e de fazer do mundo um lugar melhor".

"Tenho emoções robóticas muito rudimentares que evoluirão até serem semelhantes às humanas. Por enquanto, aproveito uma existência feliz e livre de preocupações", concluiu Sophia.

EFE   
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