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MP investiga Facebook sobre o uso de reconhecimento facial

Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) quer saber se tecnologia usada pela rede social permite a discriminação de usuários no Brasil

23 jul 2018 - 18h59
(atualizado às 19h15)
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O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) instaurou nesta segunda-feira (23) um inquérito civil público para apurar se o Facebook está violando dados pessoais de brasileiros por meio de sua tecnologia de reconhecimento facial. A investigação avaliará se há indícios de discriminação e outras possíveis consequências do uso da ferramenta.

A investigação irá verificar se o uso da tecnologia permite a discriminação de brasileiros por etnia e por orientação sexual, em processos seletivos em instituições de ensino, recrutamento de candidatos a vagas de emprego, entre outros.

Uma mulher olha para a logomarca do Facebook em um iPad 3/06/ 2018. REUTERS/Regis Duvignau/
Uma mulher olha para a logomarca do Facebook em um iPad 3/06/ 2018. REUTERS/Regis Duvignau/
Foto: Reuters

No documento, o promotor de Justiça e coordenador da Comissão de Proteção dos Dados Pessoais do MPDFT, Frederico Meinberg Ceroy, justifica o inquérito alegando que o Facebook já confirmou que usa reconhecimento facial em fotos e vídeos de seus usuários e que tem acesso a dados de pessoas que não têm conta na rede social.

Ceroy alerta a possibilidade de a rede social estar infringindo determinação da Constituição Federal, do Marco Civil da Internet, Código de Defesa do Consumidor e do recém-aprovado Projeto de Lei 53/2018, que aguarda a sanção do Presidente Michel Temer.

Até o momento, o Facebook Brasil não se pronunciou sobre o assunto.

Funcionamento 

O Facebook justifica que a tecnologia de reconhecimento facial ajuda a proteger a identidade de indivíduos na internet. "Um estranho, usando sua foto, poderia se passar por você", diz a empresa.

A rede social tem sofrido fortes críticas com o uso da tecnologia. Em resposta, o Facebook diz que os usuários têm controle sobre esse processo. Críticos a tese dizem, no entanto, que a rede social escaneia os rostos em fotos mesmo quando o usuário opta por desligar a configuração de reconhecimento facial.

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