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Kremlin rejeita novos relatórios dos EUA que apontam interferência russa em eleição

18 dez 2018 - 08h43
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O Kremlin rejeitou nesta terça-feira dois novos relatórios dos Estados Unidos alegando interferência russa na eleição presidencial norte-americana de 2016, dizendo que os documentos carecem de detalhes e não explicam como o governo da Rússia esteve supostamente envolvido.

Códigos de computador projetados sobre homem usando laptop 13/05/2017 REUTERS/Kacper Pempel
Códigos de computador projetados sobre homem usando laptop 13/05/2017 REUTERS/Kacper Pempel
Foto: Reuters

Os relatórios de especialistas particulares divulgados na segunda-feira por senadores democratas e republicanos dos EUA alegam que a interferência eleitoral de Moscou nas redes sociais foi mais ampla do que se acreditava e incluiu tentativas de dividir os norte-americanos por raça e extremismo ideológico.

A Internet Research Agency do governo russo, sediada em São Petersburgo, na Rússia, tentou manipular a política dos EUA, disseram os relatórios, um elaborado pelos analistas de redes sociais New Knowledge e o outro por uma equipe da Universidade Oxford que trabalhou com a empresa de análise Graphika.

Em grande medida os dois relatórios verificaram descobertas anteriores de agências de inteligência dos EUA, mas detalharam muito mais a atividade russa, iniciada anos atrás e ainda em curso, disseram os relatórios e parlamentares destacados.

Trolls russos, por exemplo, tentaram incentivar "movimentos secessionistas" na Califórnia e no Texas, informou o relatório da New Knowledge.

"Estes dados recém-divulgados demonstram o quão agressivamente a Rússia tentou dividir os americanos por raça, religião e ideologia", disse Richard Burr, republicano que preside o Comitê de Inteligência do Senado, em um comunicado.

A agência russa trabalhou para erodir a confiança nas instituições democráticas dos EUA, e suas atividades não pararam, alertou. O comitê coletou dados das empresas de redes sociais que foram usados pelos especialistas particulares em sua análise.

O senador Mark Warner, democrata mais graduado do comitê, disse: "Estes relatórios demonstram até que ponto os russos exploraram as fragilidades da nossa sociedade para dividir os americanos na tentativa de minar e manipular nossa democracia.

"Estes ataques... foram muito mais abrangentes, calculistas e disseminados do que se revelou anteriormente".

A Oxford/Graphika disse que os russos disseminaram "notícias políticas distorcidas e informações falsas sensacionalistas, conspiratórias e de outras formas a eleitores de todo o espectro político".

O grupo afirmou que trolls russos exortaram afro-norte-americanos a boicotarem a eleição ou seguir procedimentos de votação errados e ao mesmo tempo estimularam eleitores de direita a serem mais combativos.

O Kremlin tem negado reiteradamente qualquer interferência na política dos EUA, e descreve as alegações como parte de uma campanha anti-Rússia politicamente motivada.

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