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Fintech Olivia recebe aporte de R$ 1,5 milhão do BR Startups

Fundada por brasileiros no Vale do Silício, Olivia usa inteligência artificial para dar dicas de comportamento; empresa vai orientar clientes do Banco Votorantim

26 fev 2019 - 18h40
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A fintech brasileira Olivia conquistou mais um aporte nesta semana. Dona de um aplicativo que ajuda seus usuários a economizarem dinheiro, a startup anunciou nesta terça-feira que recebeu um aporte de R$ 1,5 milhão do fundo BR Startups, capitaneado por empresas como Microsoft, Monsanto e Banco Votorantim - que é da família de Lucas Moraes, um dos fundadores da startup Olivia.

A empresa nasceu no Vale do Silício, após a parceria entre Moraes e Cristiano Oliveira. Lançada nos EUA há pouco mais de um ano e meio, a Olivia já tem 450 mil usuários nos EUA e deve começar a rodar neste primeiro semestre no País, por meio de parcerias com o BV e a corretora XP Investimentos, que também fez um aporte na Olivia no início de fevereiro.

Será um modelo de chegada ao mercado diferente do que a empresa adotou nos EUA, onde investiu em marketing para chegar ao consumidor final (B2C); aqui no País, a empresa fará algo conhecido no mercado como B2B2C - prestar serviços ao consumidor final, mas por meio de interface de uma empresa intermediária.

Como funciona. A Olivia é um app que pretende se tornar parte do planejamento financeiro das pessoas. Para isso, pede "licença" para ter acesso aos dados de conta bancária e cartão de crédito do usuário. Assim, consegue entender um padrão de ganhos e gastos.

Na sequência, por meio de um chat (que pode até incluir GIFs e piadinhas), a ferramenta faz perguntas e dá sugestões, informando o usuário sobre sua situação financeira e incentivando-o a economizar pelo menos uma pequena fatia de sua renda - dando dicas sobre as compras do mês, as refeições fora de casa e até em tarifas bancárias.

Nos EUA, a ferramenta já é capaz de fazer pesquisas de preços em supermercados nas regiões próximas ao usuário e propor a ele um novo padrão. "Com base na lista de compras, ela consegue dizer se a pessoa deve ir a outro estabelecimento ou mudar o dia de ir ao mercado para aproveitar melhor as ofertas", explica Oliveira.

Com o tempo, a ideia da empresa é que o usuário consiga economizar cada vez mais dinheiro. Nos EUA, um usuário médio poupa 0,8% da renda familiar por mês, quando começa a usar o serviço. Segundo a empresa, em 60 dias após o início do uso do app, esse percentual salta para 5,7%. Com o excedente, a empresa espera direcionar seus usuários para a XP. Se o usuário tiver conta em outra corretora, a assistente vai dosar seus conselhos. "Queremos trazer o melhor para o usuário. Vamos avaliar o que ele tem e sugerir os produtos da XP, que acreditamos ser a melhor corretora do mercado", explicou Moraes, ao Estado.

Para faturar, a empresa aposta em parcerias: à medida que a Olivia fechar acordos - que podem ser feitas com redes de varejo de diversos tipos, restaurantes e até mesmo bancos, que poderão ofertar empréstimos e investimentos pelo app -, a ferramenta começa a se dirigir rumo à "monetização". Ou seja: deixará de ser uma solução curiosa para se tornar um negócio rentável. Nos EUA, os primeiros acordos já estão em andamento.

Moraes e Oliveira explicam que a intenção é não fazer a cobrança diretamente do usuário. A estratégia envolve oferecer a ele uma vantagem - como um desconto de 10% para uma determinada rede de fast-food, por exemplo. Nesse momento, a Olivia vai propor ao cliente que divida com ela a vantagem, dando-lhe uma "comissão" de 25%. Se conseguir um desconto de 10% - ou R$ 10 - numa conta de R$ 100, por exemplo, o usuário vai repassar R$ 2,50 para o app.

Estadão
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