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iFood cria fundo de R$ 1 milhão para ajudar entregadores com coronavírus

Quem entrar em quarentena ou contrair o covid-19 poderá pedir auxílio para a startup; veja como as startups brasileiras de entrega estão lidando com a nova epidemia

14 mar 2020 - 05h10
(atualizado em 16/3/2020 às 21h59)
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A startup brasileira de entregas de refeições iFood anuncia, na manhã deste sábado, 14, a criação de um fundo de R$ 1 milhão para ajudar os entregadores que entrarem em quarentena ou contraírem o novo coronavírus. A notícia foi revelada por Diego Barreto, diretor financeiro da startup, com exclusividade ao Estado. Segundo a empresa, o fundo será gerido com ajuda da ONG Ação da Cidadania, que será responsável pela distribuição de recursos aos entregadores.

"Após demonstrar por atestado médico ou via telemedicina que está com sintomas, o entregador vai receber alimentos ou uma quantia, para sua subsistência alimentar e a de sua família, com ajuda da ONG, durante 14 dias", explicou Barreto. Os detalhes, segundo o executivo, ainda serão definidos ao longo da próxima semana. Em comunicado, a empresa afirma ainda que está "avaliando cuidadosamente a evolução do cenário no país e estudando medidas para garantir a segurança de nossos colaboradores e parceiros".

Com o aumento da quantidade de pessoas isoladas, é bastante possível que o negócio de entregas sofra uma alta na demanda nos próximos dias. "Com mais gente em casa fazendo home office e crianças não indo para as escolas, entendemos que o delivery vai ter uma função importante nos próximos dias", afirma Barreto.

A situação é complexa: bastante dependentes dos aplicativos para pagar suas contas no final do mês, muitos entregadores "não têm opção" de deixar de lado suas atividades por conta do risco. Ao mesmo tempo, se forem contaminados, podem ser um grande vetor de disseminação da doença.

Questionado sobre o tema, Barreto afirmou que o "iFood não quer que as pessoas se sintam desconfortáveis para ficar em casa", caso sintam tal necessidade. O executivo disse ainda que acredita que, "com as ações das autoridades, os entregadores terão condição de continuar transitando com plena capacidade de prestar os serviços."

O iFood não é a única empresa do setor da chamada "gig economy" (a economia dos "bicos", em apps como Uber, 99 e Loggi) a criar um fundo para dar apoio aos seus parceiros. Nesta sexta-feira, 13, a chinesa Didi Chuxing, dona da startup brasileira 99, divulgou que vai colocar US$ 10 milhões à disposição de seus motoristas e entregadores em todo o mundo, a fim de cobrir os gastos por conta de quarentena ou infecção com a doença. Procurada pelo Estado, a empresa afirmou que o Brasil está na lista de países que receberão recursos do fundo. Em comunicado enviado aos usuários nesta segunda-feira, 16, o Uber afirmou também que fornecerá auxílio financeiro a motoristas e entregadores que forem infectados.

Sem contato

Na Europa, onde o cenário está mais grave, empresas como Deliveroo e Takeaway já criaram políticas de entregas sem contato físico - ao chegar na casa do consumidor, o entregador toca a campainha e deixa o pacote com a refeição na porta. É algo que o iFood também está estudando por aqui. "Estamos desenvolvendo ferramentas para essas situações, caso o contato não seja recomendado", explica Barreto. É algo que está disponível também nas entregas do Uber Eats.

A empresa não está sozinha: aqui no Brasil, a startup de entregas Loggi afirmou, em nota, que está revendo seus processos para minimizar o contato humano e o risco de contágio do vírus em sua cadeia logística. "Como reforço, a empresa também distribuirá álcool gel e luvas em suas principais agências", afirmou a empresa. Já a Rappi disse que está oferecendo álcool em gel e panos desinfetantes para os entregadores parceiros e está em contato com todos os "elos de seu ecossistema para difundir mensagens de prevenção contra a doença."

O iFood, por sua vez, decidiu não fazer a entrega de kits com álcool gel para os entregadores. "Queremos evitar a aglomeração de pessoas em pontos de retirada. Em vez disso, decidimos reforçar a comunicação para algo que os entregadores têm sempre à mão: água e sabão", afirma Barreto.

Estadão
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