PUBLICIDADE

Mundo

Gilbert Baker: o criador da bandeira do arco-íris, símbolo do movimento LGBT, homenageado pelo Google

Artista e ativista americano, que aprendeu sozinho a costurar, queria transmitir ideia de diversidade e inclusão, usando 'algo da natureza para representar que nossa sexualidade é um direito humano'.

2 jun 2017 - 11h33
(atualizado às 12h05)
Compartilhar
Exibir comentários
Gilbert Baker e a bandeira que criou
Gilbert Baker e a bandeira que criou
Foto: BBC News Brasil

Os 66 anos de nascimento do artista americano Gilbert Baker, criador de um dos principais símbolos da comunidade LGBT - a bandeira arco-íris -, estão sendo lembrados com uma ilustração animada, ou doodle, na página inicial do Google no Brasil e nos Estados Unidos.

Ativista de direitos dos homossexuais, Baker sofria de hipertensão e morreu dormindo, em casa, em Nova York, no último dia 31 de março.

Em nota, o Google explicou a homenagem: "Hoje celebramos o orgulho, a criatividade e o impacto duradouro de Gilbert Baker para o fortalecimento e a união das pessoas em todo o mundo".

A irmã do artista, Ardonna Cook, disse que a bandeira arco-íris é "um legado que deve nos guiar para o respeito e a celebração da diversidade".

Símbolo

Mas qual é a história por trás desta criação, que se tornou um símbolo da comunidade LGBT?

Baker criou o lábaro, originalmente com oito cores, em 1978.

Em 25 de junho daquele ano, Dia da Liberdade Gay nos EUA, as primeiras versões da bandeira foram vistas nas ruas.

A bandeira original tinha as seguintes cores, cada uma representando um aspecto diferente da humanidade:

Rosa - sexualidade

Vermelho - vida

Laranja - cura

Amarelo - luz do sol

Verde - natureza

Turquesa - mágica/arte

Anil - harmonia/serenidade

Violeta - espírito humano

Na época, 30 voluntários ajudaram Baker a pintar a mão as duas primeiras bandeiras arco-íris.

Tempos depois, a bandeira foi reduzida a seis cores, sem o rosa e o anil. O azul também acabaria por substituir o turquesa.

Homem com bandeira
Homem com bandeira
Foto: BBC News Brasil

O vexilólogo (especialista em bandeiras) Graham Bartram, do Flag Institute, em Londres, lembra que "era muito difícil e caro obter tecidos de cor rosa e, como as bandeiras eram costuradas, em vez de impressas, a cor foi descartada".

'Marco do design'

Falando sobre sua criação, Baker disse que queria transmitir a ideia de diversidade e inclusão, usando "algo da natureza para representar que nossa sexualidade é um direito humano".

Artista transforma pessoas em animais com impressionantes ilusões de ótica

Em 2015, o Museu de Arte Moderna de Nova York, o MoMa, adquiriu a bandeira para a sua coleção e a definiu como um "poderoso marco histórico do design".

"Decidi que tínhamos de ter uma bandeira, uma bandeira que nos encaixasse em um símbolo, o de que somos pessoas, uma tribo", disse Baker ao museu.

Baker nasceu em 2 de junho de 1951 em Chanute, no estado americano do Kansas. A avó tinha uma pequena loja de roupas, que o fascinava. Seu pai era juiz e sua mãe, professora.

De 1970 a 1972, serviu nas Forças Armadas americanas. Quando deixou o Exército, Baker aprendeu sozinho a costurar e criou cartazes para marchas de protesto anti-guerra e a favor dos direitos LGBT.

Embora tenha criado a bandeira arco-íris em 1978, recusou-se a registrá-la como sua marca.

Em 1994, produziu a maior bandeira do mundo em comemoração ao 25º aniversário da Rebelião de Stonewall - como ficaram conhecidas as manifestações da comunidade LGBT contra a invasão da polícia de Nova York ao bar Stonewall Inn, em Manhattan.

Aqueles protestos anteciparam o movimento moderno de libertação gay e a luta dos direitos LGBT nos Estados Unidos.

Maior bandeira do mundo em 1994
Maior bandeira do mundo em 1994
Foto: BBC News Brasil

Veja também

ONG fixa 595 máscaras vermelhas no MASP para pedir saída de Temer:
BBC News Brasil BBC News Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da BBC News Brasil.
Compartilhar
Publicidade
Publicidade