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Gigantes de tecnologia concentram 18% de índice de bolsas americanas

Quem investe no fundo do índice S&P 500 está cada vez mais dependente do sucesso de Amazon, Google, Facebook, Apple e Microsoft; setor de tecnologia tem como característica a volatilidade

7 fev 2020 - 18h17
(atualizado às 19h03)
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Nos últimos anos, um grupo de cinco empresas de tecnologia têm dominado o cotidiano das pessoas e as manchetes dos jornais: Amazon, Apple, Google, Microsoft e Facebook. Agora, elas também estão mostrando seu peso no mercado financeiro: juntas, as "cinco gigantes" representam hoje 18% do índice S&P 500, que engloba as 500 principais empresas americanas listadas em bolsas de valores, apesar de serem apenas 1% do total de companhias consideradas pelo índice. Os números foram revelados ontem pela agência de notícias Associated Press.

O cenário mostra que quem investe em fundos atrelados ao índice S&P 500 está cada vez mais dependente do sucesso das companhias de tecnologia. A Microsoft, por exemplo, tem a maior fatia dessa representação, com 4,9% do índice. A Apple vem logo em seguida com 4,8%, e depois estão a Alphabet (holding que controla o Google), com 3,3%, a Amazon com 3,1%, e o Facebook com 1,8%. Em outros termos, significa que quem investir US$ 100 num fundo atrelado ao S&P 500 terá US$ 18 aplicados nessas companhias.

Vale lembrar que, das cinco empresas, quatro delas têm valor de mercado acima de US$ 1 trilhão - só o Facebook não faz parte desse grupo.

Para analistas ouvidos pela AP, há dois riscos dentro dessa configuração. O primeiro é o da concentração por si só. O segundo é o risco presente no setor de mercado de tecnologia, que costuma apresentar bastante volatilidade - não raro, as ações das companhias de tecnologia sobem ou descem mais de que 5% após notícias ruins.

Outro aspecto complicado é a ameaça de regulamentação governamental constante sobre essas empresas. O tema está na pauta de candidatos à presidência dos Estados Unidos neste momento e as cinco gigantes são alvo de múltiplas investigações por parte do Departamento de Justiça, da Comissão Federal do Comércio, do Congresso americano e de advogados-gerais de inúmeros Estados americanos.

Histórico

Fazia muito tempo que não havia uma concentração tão grande dentro do índice S&P 500:a última vez que cinco empresas controlaram uma parcela deste tamanho foi logo antes da bolha "pontocom", no início dos anos 2000, quando diversas empresas de tecnologia mostraram ter avaliações superestimadas pelo mercado e quebraram.

A diferença, porém, é que essa concentração também era mais diversificada, incluindo empresas de setores diferentes, como a General Electric.

Estadão
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