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EUA volta a apontar Rússia como responsável por onda de ransomware

16 fev 2018 - 10h32
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Em comunicado emitido nesta quinta-feira (15), a Casa Branca voltou a apontar a Rússia como responsável pelo NotPetya, malware que esteve por trás de uma grande onda de ataques virtuais realizada em junho de 2017. De acordo com o governo dos EUA, o ransomware faz parte de um esforço político do país para desestabilizar a Ucrânia e também toda a comunidade internacional.

WannaCry
WannaCry
Foto: Canaltech

Durante sua fala, Sarah Sanders, secretária de imprensa da Casa Branca, não poupou palavras duras sobre o assunto. De acordo com ela, é um consenso na comunidade internacional que a Rússia está participando ativamente do conflito com seus países vizinhos, adotando estratégias virtuais para causar danos que chegaram aos bilhões de dólares, não apenas na região, mas também na Ásia, América do Norte e restante da Europa.

A fala reforça uma constatação feita nesta semana pelo governo do Reino Unido. O país disse ter chegado a conclusões sólidas de que agentes russos estiveram por trás do NotPetya, uma noção de que o ataque teve caráter político — visão agora corroborada também pelo governo dos Estados Unidos, que vinha apostando nessa hipótese desde o final do ano passado.

Mais do que apontar a responsabilidade da Rússia nessa questão, a Casa Branca emitiu um alerta quanto à possibilidade de novos ataques, que podem ser focados tanto na infraestrutura dos Estados Unidos quanto nas eleições para o senado, que acontecem em novembro deste ano. De acordo com Sanders, o governo estaria tomando atitudes para evitar que isso aconteça, ao mesmo tempo em que trabalha para que o Kremlin assuma as "consequências internacionais" dos atos realizados.

Nas palavras da Casa Branca, entretanto, não fica claro que tipo de consequências foram essas nem de que maneira a Rússia pode agir, ou ser penalizada, em relação a elas. O país europeu nega veemente as acusações e, também nesta quinta, emitiu declaração repudiando as afirmações feitas pelo Reino Unido, que seriam parte do que o país chamou de "campanha russofóbica" liderada por países ocidentais.

Fontes ligadas à Casa Branca e ao departamento de defesa dos Estados Unidos, porém, criticam o que seria uma inação do governo do país, principalmente diante das acusações de interferência russa nas eleições que levaram Donald Trump à presidência. Estaria causando desconforto as tentativas de estreitamento de laços promovidas pelo líder, ao mesmo tempo em que órgãos de segurança e agências continuam descobrindo indícios de uma guerra virtual promovida pelo Kremlin, pela qual o governo de Valdimir Putin não vem sendo penalizado.

Os ataques do NotPetya tiveram como principal alvo empresas estatais, órgão públicos e sistema de infraestrutura da Ucrânia. Estações de trem, companhias de energia e até o aeroporto da cidade de Odessa, um dos mais importantes do país, foram atingidos pelo ransomware, que travava computadores e exigia dinheiro para liberação dos dados. Não houve interrupção nas atividades, entretanto.

O escopo da onda, apesar disso, foi bem maior, com países como França, Reino Unido, Estados Unidos, Alemanha, China e até mesmo a própria Rússia contabilizando partes significativas do total de dezenas de milhares de máquinas infectadas. A noção da comunidade internacional é de um ataque inicialmente direcionado, mas que se espalhou de forma sistêmica pelo mundo causando bilhões de dólares em prejuízo.

Canaltech Canaltech
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