Após polêmica, WhatsApp amplia prazo para aceitar novas regras
A medida tem enfrentado críticas desde a sua primeira tentativa de implementação, em fevereiro deste ano
Atualizado às 13h46 para incluir posicionamento do WhatsApp
A nova política de privacidade do WhatsApp segue encontrando desafetos. Nesta sexta-feira, 7, a Press Trust of India, um dos maiores canais de notícias do país, afirmou que usuários indianos não terão mais o prazo obrigatório de até 15 de maio para aceitar os novos termos e não terão suas contas prejudicadas. O WhatsApp confirmou a informação, posteriormente, em comunicado e afirmou que o cancelamento do prazo é válido para todos os países em que opera — nenhuma conta perderá, então, funções de ligações e mensagens em 15 de maio.
Um aviso começou a ser colocado dentro do próprio app, lembrando os usuários de que era necessário aceitar os termos ainda em fevereiro, e o WhatsApp informou que quem não concordasse com a nova política não perderia a conta, mas ficaria impossibilitada de realizar ações como efetuar ligações e enviar mensagens. Isso é o que vai mudar, segundo o WhatsApp: as notificações para aceitar as novas regras continuarão a ser exibidas, mas não haverá um prazo final para que os recursos do app deixem de funcionar, afirmou a empresa ao Estadão. O dia 15 de maio segue firme apenas como a data em que as novas regras entrarão em vigor.
"Ninguém terá suas contas excluídas ou perderá a funcionalidade do WhatsApp em 15 de maio por causa desta atualização. Nas últimas semanas, exibimos uma notificação no WhatsApp com mais informações sobre a atualização. Depois de dar a todos tempo para revisar, continuamos a lembrar aqueles que não tiveram a chance de revisar e aceitar. Após um período de várias semanas, o lembrete que as pessoas recebem eventualmente se tornará persistente", disse a empresa.
Entretanto, segundo o WhatsApp, depois que o usuário recebe o "lembrete persistente", não será mais possíve acessar a lista de conversas, mas ligações e mensagens ainda poderão ser recebidas e respondidas. Após algumas semanas, se o usuário continuar sem concordar com os termos de uso, chamadas e notificações serão bloqueadas, além de não ser mais possível receber mensagens.
Os novos termos reiteram uma prática que já acontecia no mensageiro: o compartilhamento de alguns dados com o Facebook, uma vez que os dois apps estão sob o comando de Mark Zuckerberg. As primeiras mensagens começaram a circular ainda em janeiro, com um prazo para concordar com a política em fevereiro. A repercussão negativa, porém, de que usuários que não concordassem poderiam perder suas contas, fez com que a empresa se explicasse mais de uma vez, e aumentasse o prazo em todo o mundo para 15 de maio.
Desde que anunciou as novas regras, muitos usuários têm procurado outros aplicativos para conversar com parentes e amigos. No período, Signal e Telegram, dois mensageiros semelhantes ao WhatsApp, tiveram um aumento expressivo de downloads e passaram a representar uma alternativa. Em janeiro, o Telegram disse que tinha ultrapassado os 500 milhões de usuários ativos globalmente. Já o Signal, foi baixado por 17,8 milhões de usuários somente na semana do anúncio do WhatsApp.
WhatsApp scraps May 15 deadline for accepting privacy policy, says no accounts will be deleted if terms not accepted by users
— Press Trust of India (@PTI_News) May 7, 2021
Agora, com o cancelamento do prazo na Índia — e a informação de que nenhuma conta será prejudicada — a empresa enfrenta o questionamento de outros países em relação ao prazo e a necessidade da confirmação do termo. As mensagens relembrando o usuário de que os termos precisam ser aceitos, porém, não vão sumir do app.
O WhatsApp decidiu implementar a nova política para estreitar principalmente as relações empresariais do app, em funções como o WhatsApp Business e a API do aplicativo — o Facebook agora vai poder gerenciar, com mais integrações, funções de conversas e respostas automáticas para grandes empresas.
Desde o início da polêmica, o WhatsApp reitera que a mudança não afeta a privacidade das conversas, dizendo que as mensagens continuarão privadas, protegidas por criptografia de ponta a ponta.