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Antes de eleições dos EUA, Facebook faz mudanças sobre anúncios políticos na plataforma

9 jan 2020 - 14h47
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O Facebook anunciou nesta quinta-feira que está fazendo algumas alterações em sua abordagem sobre os anúncios políticos da plataforma, incluindo a permissão para que os usuários desativem certas ferramentas de direcionamento de anúncios, mas as atualizações ficam muito aquém das demandas de críticos e do que empresas rivais se comprometeram a fazer.

02/12/2019
REUTERS/Johanna Geron
02/12/2019 REUTERS/Johanna Geron
Foto: Reuters

A maior rede social do mundo prometeu conter a manipulação política de sua plataforma, depois de não combater a suposta interferência russa e o uso indevido de dados de usuários pela extinta empresa de consultoria política Cambridge Analytica em 2016.

Mas antes das eleições presidenciais dos EUA em novembro deste ano, o Facebook está lutando para reprimir as críticas a suas políticas de anúncios relativamente relaxadas. Em particular, a empresa foi alvo de críticas depois de isentar os anúncios de políticos dos padrões de verificação de fatos aplicados a outros conteúdos em sua rede.

O Facebook disse que, além de implantar uma ferramenta que permite que usuários individuais escolham ver menos anúncios de questões políticas e sociais no Facebook e no Instagram, também disponibilizará mais dados do público-alvo dos anúncios.

Em um post em seu blog, o diretor de gerenciamento de produtos do Facebook, Rob Leathern, disse que a empresa considera impor limites como o do Google, mas decidiu contra eles, pois os dados internos indicam que a maioria dos anúncios veiculados por candidatos à presidência dos EUA é direcionada para públicos maiores que 250 mil pessoas.

"Baseamos (nossas políticas) no princípio de que as pessoas devem poder ouvir aqueles que desejam liderá-las, incluindo seus defeitos e tudo mais", escreveu Leathern.

Os recursos expandidos de dados do público-alvo de anúncios serão lançados no primeiro trimestre deste ano e o Facebook planeja implantar o controle de anúncios políticos nos EUA no início do verão do hemisfério norte, eventualmente expandindo essa preferência para mais locais.

AUDIÊNCIA PERSONALIZADA

Outra mudança será permitir que os usuários deixem de ver anúncios baseados no "público personalizado" de um anunciante e isso se aplicará a todos os tipos de publicidade, não apenas a anúncios políticos.

O recurso "público-alvo personalizado" permite que os anunciantes enviem listas de dados pessoais que possuem, como endereços de email e números de telefone. O Facebook então combina essas informações com as contas de usuário e mostra o conteúdo do anunciante para essas pessoas.

No entanto, o Facebook não dará aos usuários uma opção geral para desativar o recurso, o que significa que eles terão que optar por não exibir os anúncios de cada anunciante, um por um, disse um porta-voz à Reuters.

A mudança também não afetará o direcionamento de anúncios por meio da ferramenta "Lookalike Audiences", que usa os mesmos uploads de dados pessoais para direcionar anúncios para pessoas com características semelhantes às das listas, disse o porta-voz.

As mudanças seguem uma reportagem do New York Times desta semana citando um memorando interno do executivo sênior do Facebook Andrew Bosworth, que disse aos funcionários que a empresa tinha o dever de não inclinar a balança contra a campanha de reeleição do presidente dos EUA, Donald Trump.

Bosworth, um confidente próximo do presidente-executivo Mark Zuckerberg, que posteriormente tornou seu memorando público, escreveu que acreditava que o Facebook era responsável pela eleição de Trump em 2016, mas não por causa de informações erradas ou do trabalho de Trump com a Cambridge Analytica.

Em vez disso, ele disse que a campanha de Trump usou as ferramentas de publicidade do Facebook com mais eficiência.

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