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'Sempre pensava o que Mário Covas faria em meu lugar', recorda Alckmin

Há 20 anos, ex-governador assumiu o governo com a licença e depois morte de Mário Covas; mesma situação vivida hoje por Ricardo Nunes

16 mai 2021 - 17h26
(atualizado às 22h06)
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O ex-governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB) reviveu neste domingo, 16, o luto de perder um Covas e, ao mesmo tempo, a responsabilidade de assumir uma gestão iniciada pelo titular da chapa. Em 2001, assim como ocorre agora com Ricardo Nunes (MDB), o tucano passou a responder pelo maior Estado do País depois da morte de Mário Covas também em função de um câncer. "Depois disso, sempre pensava o que ele faria em meu lugar."

Mas, se há semelhanças nas trajetórias de Alckmin e Nunes, há diferenças significativas. O tucano cita talvez uma das principais: "Fui seis anos copiloto de Mário Covas." Outra diz respeito à formação do governo na época, chapa pura. Ambos eram do PSDB, ou seja, o poder há 20 anos não mudou de partido. Alckmin também já havia sido prefeito antes, além de deputado.

Alckmin também se recordou neste domingo da fé que envolveu a doença de Mário Covas e também do neto. "Estive com Bruno há poucas semanas. Assim como o avô, nunca o vi reclamando da doença, do sofrimento. Muito impressionante pra mim essa resignação que os dois tiveram diante dos desígnos de Deus", diz.

Alckmin conta que a missa foi celebrada pelo mesmo sacerdote que acompanhou a família durante a doença de Mário Covas: o padre espanhol Rosalvino Morán Viñayo, um dos responsáveis pela Obra Social Dom Bosco, na zona leste. "Ele chegou a caminhar até Aparecida do Norte para pedir pela saúde de Mário Covas. Ele é muito próximo de todos, dá conforto. Bruno mostrou que era um homem de fé, merecia isso."

Para o ex-governador, o legado público de Bruno foi a coragem, a determinação em enfrentar a doença sem nunca se deixar desanimar. "E a transparência. Desde o primeiro momento ele informou a população não só sobre a doença, mas sobre toda a sua evolução", afirma.

O tucano também elogiou a proximidade com o filho. "Ficou certamente para o Tomás o exemplo de bom pai. Sabe que um dia o visitei na Prefeitura e ele fez questão de abrir a porta da sala ao lado para me mostrar Tomás, que estava ali ao lado, estudando. Eles eram grudados, amigos mesmo, uma relação muito forte", diz.

Diante da polarização política cada vez mais acentuada no País, Alckmin ainda ressalta que Bruno mostrava que era possível fazer política sem vale tudo. "Ele foi fiel a seus princípios, seus valores. Na vida, não basta viver, é precisao conviver e participar."

Estadão
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