Saiba como o controle de tração impacta o consumo de combustível

O controle de tração constitui um sistema eletrônico de segurança importante presente na maioria dos automóveis recentes. Esta tecnologia entra em operação no momento em que é detectada a perda de contato adequado dos pneus com o solo, uma situação que ocorre frequentemente em superfícies escorregadias ou de baixa aderência.

Na prática, o sistema monitora a velocidade de rotação de cada roda através de sensores. Quando uma das rodas apresenta velocidade de giro superior às demais, isso sinaliza uma possível perda de controle ou derrapagem do veículo.

Notícias relacionadas

Enel se diz disposta a enterrar fiação em SP e não cogita abrir mão de concessão

Pescador encontra piranha em curso d'água ligado à Lagoa dos Barros, em Osório

Dosimetria: Lula diz que Bolsonaro merece ser condenado, mas que não faz juízo sobre tamanho da pena

Segundo o especialista em mecânica automotiva Daniel Monteiro disse a CNN, ao identificar essa patinagem, o sistema pode intervir por meio de dois mecanismos principais:

1. Redução da Potência do Motor: Nesta condição, o sistema emprega diversas estratégias de gestão, como a diminuição do tempo de injeção de combustível e a restrição da abertura do corpo de borboleta. Estas ações resultam na injeção de um volume menor de combustível, o que, por consequência, implica uma leve diminuição do consumo neste momento específico.

2. Acionamento da Frenagem: Durante a aplicação do freio na roda que está girando excessivamente, o aumento do atrito entre o pneu e a superfície exige um maior consumo de energia para superar essa resistência. O motor fornece essa energia adicional, o que se traduz em um aumento marginal no consumo de combustível.

Ainda conforme Monteiro, essas intervenções ocorrem com pouca frequência e por períodos de tempo extremamente curtos. Por essa razão, o efeito total do controle de tração no consumo geral do veículo é considerado praticamente insignificante.

O sistema de controle de tração é ativado com maior regularidade em cenários que envolvem baixa aderência ou alterações abruptas na direção.

Situações que demandam a atuação do sistema incluem:

• Acelerações intensas em superfícies molhadas ou irregulares.

• Saídas rápidas em aclives acentuados.

• Percursos em curvas realizados em velocidades elevadas.

• Vias com buracos, desníveis ou que exijam desvios rápidos.

• Condução durante ou imediatamente após períodos de chuva.

Nessas ocorrências, o consumo de combustível pode registrar pequenas variações, de acordo com Monteiro. Contudo, o impacto mais significativo costuma ser observado no desgaste dos pneus, dos componentes da suspensão e do sistema de freios.

O sistema deve ser mantido ativado na grande maioria das situações, pois proporciona maior segurança e estabilidade ao veículo.

A desativação do sistema é aconselhada apenas quando se faz estritamente necessária e sob condições específicas e controladas. Os cenários em que o desligamento é recomendado são:

• Situações de atolamento em lama, areia ou cascalho, onde é essencial que a roda patine para que o veículo consiga se movimentar.

• Subidas com inclinação elevada e aderência muito baixa, como em casos de neve, gelo ou lama espessa.

• Manobras em rampas de off-road, onde um deslizamento controlado dos pneus é um requisito para a execução da manobra.

Na prática, a recomendação geral é utilizar o sistema desativado somente quando for estritamente necessário e em ambientes controlados. Em todas as outras circunstâncias de condução, manter o controle de tração ligado é a opção que garante maior segurança.