Quais os impactos do acordo entre Trump e Xi Jinping sobre o Brasil?
A complexa teia das relações comerciais globais ganhou um respiro nesta quinta-feira (30), quando os presidentes Donald Trump (Estados Unidos) e Xi Jinping (China) selaram um acordo que promete aliviar a intensa guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo. Para o Brasil, a trégua não é apenas um sinal de estabilidade internacional, mas traz impactos diretos e significativas oportunidades, especialmente nos setores de agronegócio e na reorganização das cadeias globais de suprimentos.
O pacto prevê que os EUA de Trump diminuirão as tarifas médias sobre produtos chineses para 47%, uma redução de cerca de 10 pontos percentuais. Em contrapartida, a China se comprometeu a suspender por um ano as restrições à exportação de terras raras - minerais cruciais para a tecnologia moderna -, retomar a compra de soja americana e intensificar o combate ao tráfico de fentanil.
Trump e Xi Jinping: impactos no Brasil
A retomada da compra de soja americana pela China é um ponto de atenção para o agronegócio brasileiro. Durante a escalada da guerra comercial, o Brasil se beneficiou enormemente ao se tornar o principal fornecedor de soja para o mercado chinês, substituindo parte da produção dos EUA. Com a nova trégua, pode haver uma redistribuição dessa demanda.
Contudo, especialistas apontam que o impacto para o Brasil pode não ser tão drástico quanto se imagina. A demanda chinesa por soja é gigantesca e crescente, e é provável que o país asiático continue necessitando tanto da produção americana quanto da brasileira. A previsibilidade no comércio, de modo geral, beneficia os mercados de commodities, e o Brasil, como um dos maiores produtores de alimentos do mundo, tende a prosperar em um cenário de maior estabilidade comercial.
Outro ponto a analisar do acordo é a normalização da exportação de terras raras. Esses 17 metais, essenciais para a fabricação de tecnologia, desde celulares a veículos elétricos e equipamentos de defesa, estavam no centro da disputa. A China detém a maior parte das reservas e do processamento mundial, o que lhe confere uma vantagem estratégica. Restrições anteriores causaram instabilidade nas indústrias globais dependentes desses insumos.
"I had a truly great meeting with President Xi of China. There is enormous respect between our two Countries, and that will only be enhanced with what just took place..." - President Donald J. Trump pic.twitter.com/6wtEeVbiWp
— The White House (@WhiteHouse) October 30, 2025