Polícia Civil de SP prende 16 suspeitos de integrar quadrilha ligada ao PCC que roubava condomínios
Uma ação coordenada da Polícia Civil na manhã desta terça-feira (12) resultou na prisão de 16 pessoas acusadas de integrar uma quadrilha que atacava condomínios de alto padrão. A operação, batizada de Shalom, cumpre 17 mandados de prisão e 51 de busca e apreensão em seis cidades: São Paulo, Diadema, Cotia, Jundiaí, Guarulhos e Osasco. Segundo as investigações, o grupo era altamente organizado e mantinha vínculos com a facção Primeiro Comando da Capital (PCC).
Para dificultar a identificação, os suspeitos usavam máscaras, luvas e silicone nas pontas dos dedos. Também contavam com carros blindados, equipados com placas clonadas ou adulteradas. A apuração aponta que o bando planejava cada ataque com antecedência e estudava a rotina das vítimas.
Como agia a quadrilha?
As investigações começaram em 13 de maio, após a invasão de prédios no bairro de Santa Cecília, região central da capital. Dez homens entraram no condomínio usando veículos semelhantes aos dos moradores. Após a entrada do primeiro carro, funcionários e moradores foram rendidos, permitindo que outros veículos da quadrilha entrassem para executar um arrastão em seis apartamentos.
A polícia identificou que, na noite anterior ao crime, três suspeitos foram até o prédio vestidos como funcionários de telefonia. Eles cortaram os cabos de internet para interromper o sistema de monitoramento e controle da portaria, facilitando a ação do dia seguinte.
Durante a operação desta terça-feira, dois dos presos eram foragidos da Justiça. A Secretaria da Segurança Pública informou que 308 policiais civis participaram da ação. O nome Shalom foi escolhido por ser uma saudação judaica, referência ao fato de que parte das vítimas seria de famílias judias.
O mesmo método foi usado em outros crimes recentes. Na semana passada, em Moema, criminosos renderam um homem de 63 anos que chegava em casa, levando dinheiro, cartões bancários e o carro da vítima. O caso aconteceu dias depois de um ataque de 15 homens armados a outro prédio na mesma rua.
Bairros como Morumbi, Campo Belo, Vila Clementino, Cambuci e Pinheiros estão entre os mais atingidos por roubos a residências. Em algumas ações, os grupos levam tudo o que podem, simulando mudanças. Outros preferem bens de alto valor, como joias e cofres, fugindo muitas vezes no veículo da própria vítima.