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Paciente passa por raro transplante de cinco órgãos após quatro anos na fila do SUS

Luiz Perillo, de 35 anos, foi selecionado para receber estômago, fígado, pâncreas, intestino e rim de um único doador — algo raro e essencial para o sucesso do procedimento multivisceral

23 set 2025 - 18h10
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Depois de enfrentar uma dura batalha pela sobrevivência durante quatro anos, o arquiteto brasiliense Luiz Perillo, de 35 anos, foi finalmente selecionado para um dos procedimentos mais complexos da medicina moderna: um transplante multivisceral. Ele aguardava pela doação simultânea de cinco órgãos — estômago, fígado, pâncreas, intestino e rim — todos oriundos de um único doador, o que aumenta significativamente as chances de sucesso e reduz os riscos de rejeição.

Luiz Perillo (Reprodução/Divulgação)
Luiz Perillo (Reprodução/Divulgação)
Foto: Contigo

Durante o período de espera, Luiz enfrentou um verdadeiro desafio físico e emocional. Afastado da profissão, ele passou por incontáveis internações, dependia de hemodiálise e precisava se alimentar por meio de nutrição parenteral (via endovenosa), já que seus órgãos digestivos não funcionavam adequadamente.

A cirurgia foi agendada para a tarde desta terça-feira, 23, em um hospital especializado em São Paulo. O procedimento só pôde ser confirmado após uma série de exames laboratoriais e clínicos que comprovaram a compatibilidade dos órgãos e a viabilidade cirúrgica. A realização de um transplante dessa magnitude é considerada rara e envolve uma equipe multidisciplinar altamente especializada, dada a complexidade da operação e o pós-operatório delicado.

A mãe do paciente, Jussara Martins, de 60 anos, que o acompanha desde o início do tratamento, descreveu o momento em que recebeu a ligação com a notícia do possível doador como um "milagre".

"Às 4h da manhã eu recebi uma ligação e fui informada de que havia um provável doador. Depois vieram os exames e, quando confirmaram a compatibilidade, parecia um sonho. Depois de tanto tempo de espera, é como um milagre acontecendo diante dos meus olhos."

Durante os anos de espera, Luiz chegou a pesar apenas 34 kg, sofrendo de sarcopenia crônica — uma condição caracterizada pela perda intensa de massa muscular, que compromete ainda mais a saúde e a capacidade do organismo de se recuperar. Segundo Jussara, houve momentos em que a família temeu o pior:

"Todos os dias os médicos me alertavam que poderia ser o último dia de vida dele. Luiz chegou a pesar 34 kg, com sarcopenia crônica. Para uma mãe, é como se o chão desaparecesse. Ainda assim, eu precisava ser montanha, porque um filho sempre busca força na mãe."

O transplante multivisceral é indicado em casos de falência de múltiplos órgãos abdominais e representa a última alternativa terapêutica para pacientes como Luiz. A seleção de um doador compatível com todos os órgãos necessários é extremamente rara — e o tempo é um fator crítico, já que os órgãos precisam ser retirados, transportados e transplantados em um intervalo muito curto.

Em geral, esse tipo de transplante envolve uma logística complexa, que depende não apenas da compatibilidade biológica, mas também de equipes médicas preparadas, disponibilidade de leitos de UTI e transporte aéreo rápido para o receptor. No Brasil, procedimentos assim são realizados apenas em alguns centros altamente especializados.

Luiz, agora, encara um novo desafio: o pós-operatório, que será longo e exigirá acompanhamento médico constante. Mas, segundo os médicos, o fato de ele ter recebido os cinco órgãos de um único doador reduz consideravelmente o risco de rejeição cruzada, o que oferece melhores perspectivas de recuperação.

Além do impacto para Luiz e sua família, o caso chama atenção para a importância da doação de órgãos e o impacto que ela pode ter na vida de pacientes que enfrentam condições de saúde extremamente graves. A espera por múltiplos órgãos é uma das mais difíceis do sistema de transplantes, tanto pela raridade quanto pela urgência clínica.

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