Onça-parda morre após atropelamento na RSC-377, em Cruz Alta
Fêmea jovem da espécie Puma concolor foi recolhida pela Patram e encaminhada à Unicruz para estudos e ações de conscientização
Uma onça-parda (Puma concolor) foi encontrada morta na manhã desta terça-feira (16) às margens da RSC-377, no trecho entre Cruz Alta e Ibirubá, no noroeste do Rio Grande do Sul. O felino estava no acostamento da rodovia, a cerca de 10 quilômetros da área urbana de Cruz Alta, e teria sido atropelado durante a madrugada.
Motoristas que passavam pelo local nas primeiras horas do dia perceberam a presença do animal e acionaram os órgãos competentes. A Patrulha Ambiental da Brigada Militar (Patram) foi chamada para atender a ocorrência e realizar os procedimentos previstos para casos envolvendo fauna silvestre.
Na sequência, a Universidade de Cruz Alta (Unicruz) foi acionada para receber o corpo do animal. Conforme a instituição, trata-se de uma fêmea jovem, com idade estimada entre 11 e 12 meses, atropelada nas proximidades da localidade de Terra Boa. O exemplar será inicialmente congelado e, posteriormente, passará por processo de taxidermia, técnica que preserva o corpo para fins educativos e científicos.
Segundo a Unicruz, este é o terceiro caso de onça-parda atropelada na região em pouco mais de um ano, o que reforça a preocupação com os impactos da malha rodoviária sobre a fauna nativa. Após a preparação, o animal deverá ser utilizado em exposições e ações de educação ambiental, voltadas à conscientização da população sobre a preservação das espécies silvestres.
De acordo com registros técnicos, a onça-parda ocorre nos biomas Pampa e Mata Atlântica no Rio Grande do Sul, mas é considerada rara e ameaçada, com populações fragmentadas principalmente pela perda de habitat, atropelamentos e pressão humana. Projetos de monitoramento e conservação envolvendo órgãos como Ibama e o Zoológico de Cachoeira do Sul acompanham a situação da espécie no Estado.
O Puma concolor é o segundo maior felino das Américas e possui populações naturalmente reduzidas e baixa taxa de reprodução, fatores que tornam cada perda significativa para a conservação da espécie no território gaúcho.