Notícias do dia: prisão de Michel Temer e Moreira Franco, Lava Jato, propina de R$ 1,8 bilhão
Ex-presidente apontado como 'líder de organização criminosa', tentativa de depósito em conta de coronel Lima e 'isonomia' a Lula também foram destaques desta quinta-feira, 21
SÃO PAULO - A principal notícia desta quinta-feira, 21, foi a prisão do ex-presidente Michel Temer (MDB) e do ex-ministro de Minas e Energia Moreira Franco (MDB).
Quer saber os fatos mais importantes do dia? Confira abaixo as principais notícias desta quinta:
Prisão de Temer
O ex-presidente Michel Temer foi preso em São Paulo, nesta quinta-feira, 21, pela Operação Descontaminação, desdobramento da Lava Jato do Rio de Janeiro. Temer recebeu voz de prisão da Polícia Federal quando saía de sua residência logo no início da manhã, na Rua Bennet, no Jardim Universidade, na zona oeste da capital paulista. A Polícia Federal fez buscas na casa de Temer e também em seu escritório. O ex-ministro de Minas e Energia Moreira Franco também foi preso.
Moreira Franco, o intermediador
Moreira Franco era o encarregado da "intermediação" de propinas ao ex-presidente Michel Temer, afirmou o juiz federal da 7ª Vara Criminal do Rio, Marcelo Bretas, ao decretar a prisão dos emedebistas na Operação Lava Jato. As investigações miram supostas propinas em obras da usina nuclear de Angra 3 e tem como base, entre outros indícios, a delação premiada do ex-executivo da Engevix Jose Antunes Sobrinho.
'Líder da organização criminosa'
O juiz federal Marcelo Bretas, da Operação Lava Jato Rio, afirmou em decisão que "é convincente" a conclusão da força-tarefa da Operação Lava Jato de que o ex-presidente "Michel Temer é o líder da organização criminosa".
'Transferido ou prometido' R$ 1,8 bi em propina
A força-tarefa da Operação Lava Jato afirma que ao esquema atribuído a Temer foi "transferido ou prometido" R$ 1,8 bilhão em propina até o momento.
R$ 1 milhão em propina para Temer
Temer recebeu R$ 1.091.000 em propina da Engevix por meio de uma empresa controlada pelo coronel João Baptista Lima Filho, amigo pessoal, segundo afirmou a Lava Jato no pedido de prisão.
Tentativa de depósito de R$ 20 mi na empresa do coronel Lima
Uma prisão na Operação Skala, da Polícia Federal, e uma devassa na Operação Patmos não impediram o coronel João Baptista Lima Filho, amigo do ex-presidente Michel Temer, de tentar movimentar altas cifras em dinheiro vivo, segundo constatou o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). O órgão, agora vinculado ao Ministério da Justiça, apontou que uma pessoa não identificada realizou uma tentativa frustrada de depositar R$ 20 milhões em dinheiro vivo na conta da empresa de Lima, a Argeplan.
Por que o pedido de prisão?
Contrainteligência, transações milionárias, acusações de um delator, uma cifra bilionária em desvios e a transformação do Estado em uma máquina de propinas estão entre os argumentos da força-tarefa da Lava Jato no Rio acolhidos pelo juiz federal Marcelo Bretas que resultaram na prisão de Temer, Moreira Franco e outros oito.
10 inquéritos
Preso em um investigação da Lava Jato, o ex-presidente é alvo de mais nove inquéritos criminais em diferentes seções judiciárias no País.
Temer na PF por 'isonomia' a Lula
O juiz Marcelo Bretas determinou que o ex-presidente fique preso na sede da Superintendência da Polícia Federal no Rio. "A despeito da manifestação do Ministério Público Federal, que reiterou o requerimento anterior, para que o investigado Michel Temer fique custodiado na Unidade Prisional da PMERJ (Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro), entendo que o tratamento dado aos ex-presidentes deve ser isonômico, uma vez que o ex-presidente Lula está custodiado na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba", ponderou o juiz federal.
Comparação de propina a gorjeta
Em 2017, durante uma sessão da 1ª Turma do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), o desembargador Ivan Athié comparou pagamentos de propinas a alvos da Operação Lava Jato com meras gorjetas. Athié vai analisar o habeas corpus do ex-presidente Temer.
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