Vaticano adverte bispos dos EUA a não negarem comunhão a Biden
Presidente é criticado por posições pró-aborto
O Vaticano advertiu os bispos conservadores dos Estados Unidos que abdiquem de suas pressões para a Igreja Católica no país negar a comunhão ao presidente Joe Biden.
O aviso, revelado pelo jornal The New York Times, chega em meio aos rumores de que o clero conservador quer fazer a Conferência Episcopal dos EUA rechaçar um dos principais sacramentos da Igreja ao democrata, que é católico praticante, por causa de suas posições pró-aborto.
Apesar da advertência, esses grupos desejam colocar o tema em votação em uma conferência virtual que começa nesta quarta-feira (16). De acordo com o NYT, o prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, cardeal Luis Ladaria, escreveu uma carta aos bispos americanos alertando que votar essa questão pode abrir uma "fonte de discórdia" na Igreja dos EUA.
A "cruzada" dos bispos conservadores é alinhada com o ex-presidente Donald Trump, mas também é símbolo da disputa por poder no catolicismo.
O presidente da Conferência Episcopal dos EUA, José Horacio Gómez, ainda não foi promovido a cardeal pelo papa Francisco, que enfrenta forte oposição do clero conservador americano - o cardeal Raymond Burke, expoente da Igreja nos EUA, já chegou a insinuar que Jorge Bergoglio é herege por causa de sua decisão de permitir a comunhão para divorciados.
"A preocupação do Vaticano é não usar o acesso à eucaristia como arma política", disse ao NYT o diretor da revista italiana La Civiltà Cattolica, Antonio Spadaro, padre jesuíta muito próximo ao Papa.