Tailândia avalia bloquear exportações de combustível para Camboja com escalada do conflito na fronteira
As Forças Armadas da Tailândia disseram que estavam considerando bloquear as exportações de combustível para o Camboja, à medida que os confrontos entre os dois países se espalharam para as áreas costeiras de uma região fronteiriça disputada, dois dias depois de o presidente dos EUA, Donald Trump, ter afirmado que as partes haviam concordado com um novo cessar-fogo.
Os países vizinhos do Sudeste Asiático recorreram às armas diversas vezes este ano, desde que um soldado cambojano foi morto em um confronto em maio, reacendendo um conflito que deslocou centenas de milhares de pessoas em ambos os lados da fronteira.
Comandantes militares tailandeses têm discutido o bloqueio das exportações de combustível para o Camboja, incluindo o pedido para que a Marinha fique "vigilante" contra navios que transportam suprimentos estratégicos e designando zonas marítimas próximas aos portos cambojanos como de "alto risco", disse um oficial da Marinha em uma coletiva de imprensa neste domingo.
"Neste momento, não há ordens sobre essas medidas", disse o capitão Nara Khunkothom, porta-voz adjunto da Marinha Real Tailandesa, acrescentando que o assunto será discutido em uma reunião de segurança na segunda-feira.
O Ministério da Energia da Tailândia informou na sexta-feira que o país suspendeu as exportações de petróleo para o Camboja desde junho. Segundo dados do próprio ministério, a Tailândia exportou 2,2 bilhões de litros de combustível para o Camboja no ano passado.
TOQUE DE RECOLHER
O Camboja acusou a Tailândia de atacar infraestruturas civis, incluindo o uso de aviões de combate e bombardeios em áreas civis. A Tailândia afirmou que seus ataques foram apenas contra alvos militares.
A Tailândia anunciou um toque de recolher na província de Trat, no sudeste do país, neste domingo, devido à continuidade dos confrontos ao longo da fronteira de 817 km entre os dois países. Um soldado e um civil foram mortos por foguetes BM-21 disparados pelo Camboja neste domingo, informaram as autoridades tailandesas.
Pelo menos 16 soldados e 10 civis morreram, e centenas ficaram feridos desde a última onda de confrontos que começou na segunda-feira, deixando 258.626 civis deslocados, segundo as autoridades tailandesas.
O Camboja não registrou novas mortes ou feridos neste domingo. Pelo menos 11 pessoas morreram, 74 ficaram feridas e 394.706 foram deslocadas desde segunda-feira, segundo o Ministério do Interior do Camboja.