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Relato de que Trump orientou advogado a mentir para o Congresso leva a inquéritos

18 jan 2019 - 16h15
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Dois importantes democratas da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos se comprometeram a investigar o relacionamento do presidente norte-americano, Donald Trump, com seu ex-advogado pessoal Michael Cohen depois que uma reportagem disse que Trump orientou Cohen a mentir para o Congresso, violando a lei dos EUA.

Presidente dos EUA, Donald Trump, durante cerimônia no Pentágono
17/01/2019 REUTERS/Kevin Lamarque
Presidente dos EUA, Donald Trump, durante cerimônia no Pentágono 17/01/2019 REUTERS/Kevin Lamarque
Foto: Reuters

O BuzzFeed News, citando duas fontes envolvidas na investigação do caso, disse na quinta-feira que Trump e Cohen elaboraram um plano para continuar esforços para construir uma Trump Tower na Rússia durante a campanha presidencial de Trump em 2016.

Depois de vencer a eleição, o próprio Trump teria orientado Cohen, que se declarou culpado de mentir para o Congresso e que tem cooperado com os investigadores, a mentir para parlamentares dos EUA sobre os empreendimentos dos dois, segundo a reportagem.

Cohen, que já chegou a dizer que "levaria um tiro" por Trump, foi condenado em dezembro a três anos de prisão por mentir para o Congresso e violar leis de campanha, e deve começar a cumprir a pena em março.

Em publicação no Twitter nesta sexta-feira, Trump disse que Cohen está mentindo para diminuir sua pena de prisão e o advogado de Trump, Rudy Giuliani, disse, "ele está mentindo para entrar com uma moção de redução". Em comunicado, Giuliani também afirmou: "qualquer sugestão... de que o presidente aconselhou seu ex-advogado Michael Cohen a mentir é categoricamente falsa".

O assessor de Cohen, Lanny Davis, disse que ele e Cohen se recusavam a comentar a reportagem. O advogado de Cohen, Guy Petrillo, não respondeu de imediato a pedido por comentário.

"A alegação de que o presidente dos Estados Unidos pode ter instigado o perjúrio frente ao nosso comitê em um esforço para encurtar a investigação e acobertar suas negociações comerciais com a Rússia está entre as mais sérias até agora", disse o presidente do Comitê de Inteligência da Câmara dos Deputados, Adam Schiff, em publicação no Twitter na noite de quinta-feira após a publicação da reportagem. "Faremos o que for necessário para descobrir se é verdade".

O deputado Jerrold Nadler disse no Twitter que o Comitê Judiciário da Câmara dos Deputados, que ele lidera, também irá investigar.

"Nós sabemos que o presidente tem participado de um longo padrão de obstrução", disse. "Orientar um subordinado a mentir para o Congresso é um crime federal."

Orientar ou encorajar alguém a mentir sob juramento é um crime sob a lei norte-americana, mas a reportagem também levanta dúvidas sobre obstrução de justiça e conspiração. Embora o Departamento de Justiça dos EUA tenha concluído anteriormente que um presidente em exercício não pode ser acusado enquanto está no poder, uma alegação do tipo, se confirmada, pode desencadear procedimentos de impeachment no Congresso.

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