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Príncipe Harry processa donos de tabloides por invasão de telefones

Membro da realeza britânica continua batalha contra a mídia após desabafo sobre forma como imprensa trata sua mulher, Meghan Markle

4 out 2019 - 19h16
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LONDRES - O príncipe Harry decidiu processar os donos dos jornais The Sun e Daily Mirror por alegações de invasão de celulares, enquanto ele e sua mulher, Meghan Markle, duquesa de Sussex, intensificam sua batalha contra a imprensa de tabloides.

A ação de Harry, duque de Sussex, acontece dias após ele e Meghan tomaram ação legal contra outro jornal em resposta ao que ele chamou de "bullying" praticado por alguuns integrantes da mídia britânica.

Harry foi um dos afetados em um escândalo de invasão de telefones que abalou o império de jornais de Rupert Murdoch e levou ao fechamento de seu tabloide News of the World em 2011.

"Ações foram apresentadas no nome do Duque de Sussex na Suprema Corte a respeito da interceptação ilegal de mensagens de correio de voz", declarou uma porta-voz de Harry. Ela se negou a dar mais detalhes sobre a ação.

Uma representante do News Group Newspapers, que publica o The Sun, confirmou que uma ação foi apresentada por Harry. Documentos da corte divulgados primeiro pelo site Byline Investigates também mostram que Harry tem como alvo o Mirror Group Newspapers, propriedade da Reach PLC, com a ação legal.

Uma representante da Reach se recusou a comentar. Uma fonte familiar com a situação disse que os procedimentos começaram, mas o grupo de publicações ainda teria de receber os papéis relacionados ao caso.

Harry e Kate como alvos

A ação legal do príncipe é relacionada a eventos de antes de Harry e Meghan se conhecerem.

Em agosto de 2006, o ex-editor de realeza do News of the World, Clive Goodman, e o investigador particular Glenn Mulcaire foram presos e mais tarde acusados por invadir telefones de assessores reais, acessando suas mensagens de voz. Eles admitiram as acusações em 2007.

Os telefones do príncipe Harry, que é neto da rainha Elizabeth II e sexto na linha de sucessão ao trono, e da mulher do príncipe William, Kate Middleton, foram invadidos por funcionários trabalhando para o agora extinto News of the World. O tabloide era parte do News Group Newspapers.

O magnata da mídia australiano Rupert Murdoch, agora com 88 anos, disse que foi "o dia mais humilhante da minha vida" quando ele apareceu em frente a legisladores para responder pelas alegações de invasão de telefones em 2011.

O News Group Newspapers e o Mirror Group Newspapers enfrentaram milhões de libras em ações civis após o escândalo, com personalidades como o ator Hugh Grant, recebendo indenizações por danos.

A Reach PLC, que é proprietária do Daily Express, do Daily Star e do Daily Mirror, disse em julho que havia uma provisão de 12 milhões de libras para custos associados com a solução das ações civis relacionados à invasão de celulares e que isso representava "a melhor estimativa da diretoria quanto ao valor necessário para liquidar as reivindicações".

Príncipe divulgou carta sobre como a imprensa trata sua mulher

Na terça-feira, 1º, Harry divulgou uma carta na qual declarou que ele e Meghan iriam entrar com ações legais separadas contra o Mail on Sunday pela publicação de uma carta privada que os advogados dela dizem ter sido ilegal.

Em um texto cheio de emoção, Harry ainda disse que o tratamento de Meghan por partes da imprensa britânica o lembra de como eles abordavam sua mãe Diana, que morreu em um acidente de carro em 1997 depois de ser perseguida por fotógrafos pelas ruas de Paris.

"Meu maior medo é que a história se repita. Eu vi o que acontece quando alguém que eu amo é comoditizado a ponto de não ser mais tratado ou visto como uma pessoa real. Eu perdi a minha mãe e agora eu vejo a minha mulher ser vítima das mesmas forças poderosas", ele disse. / REUTERS

Estadão
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