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Primeiro-ministro japonês alerta sobre conflito armado em meio a tensões entre EUA e Irã

12 jun 2019 - 20h30
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O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, alertou sobre confrontos não intencionais no Oriente Médio depois de se encontrar com o presidente do Irã na quarta-feira em meio a crescentes tensões entre a República Islâmica e os Estados Unidos.

Abe e Rouhani se reúnem em Teerã
12/06/2019
Site oficial do presidente iraniano/Divulgação via REUTERS
Abe e Rouhani se reúnem em Teerã 12/06/2019 Site oficial do presidente iraniano/Divulgação via REUTERS
Foto: Reuters

Aliado dos Estados Unidos e com boas relações diplomáticas com o Irã, o Japão está em uma posição única para fazer a mediação entre o governo de Teerã e o de Washington.

"O conflito armado deve ser prevenido a qualquer custo. A paz e a estabilidade no Oriente Médio são indispensáveis não só para a região como para a prosperidade global. Ninguém quer guerra", disse o líder japonês.

"Gostaríamos de desempenhar o maior papel possível para aliviar essa tensão. Foi isso que me trouxe ao Irã", disse Abe, cuja visita de dois dias é a primeira de um líder japonês ao Irã desde a Revolução Islâmica de 1979.

Embora Abe não tenha mencionado a atual suspensão de compras de petróleo iraniano pelo Japão, o presidente iraniano, Hassan Rouhani, disse que o Japão quer continuar comprando o petróleo do país.

"Em nosso encontro, o sr. Abe disse que o Japão está interessado em continuar comprando o petróleo do Irã", disse Rouhani em uma entrevista coletiva ao lado do premiê, transmitida ao vivo na TV estatal iraniana.

Mais cedo, duas autoridades iranianas disseram à Reuters que Teerã pediria que Tóquio mediasse o alívio das tensões dos Estados Unidos sobre o Irã.

TENSÕES CRESCENTES

As tensões entre Washington e Teerã aumentaram consideravelmente nas últimas semanas um ano depois de os EUA abandonarem um acordo firmado entre o Irã e potências mundiais para limitar o programa nuclear de Teerã em troca da suspensão de sanções.

Washington, que considera o acordo nuclear falho e pressiona o Irã a voltar a negociar, reforçou as sanções no início de maio, ordenando que todas as nações e empresas parem de importar petróleo iraniano para não serem banidas do sistema financeiro global.

O país também enviou forças adicionais à região para se contrapor ao que descreve como ameaças iranianas.

Em maio, o Irã ameaçou retomar em 60 dias o enriquecimento de urânio acima da pureza físsil baixa --adequada para a geração de energia nuclear civil-- permitida pelo acordo a menos que outras potências se empenhem em encontrar uma maneira de proteger seu petróleo e suas indústrias bancárias dos EUA.

Signatários europeus do pacto prometeram ajudar o Irã a encontrar outras maneiras de fazer negócios, mas até agora sem sucesso. Todas as grandes empresas europeias que haviam anunciados planos de investir no Irã os cancelaram desde então por medo da punição norte-americana.

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