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Piñera pede "perdão" e anuncia medidas sociais para conter protestos no Chile

23 out 2019 - 09h37
(atualizado às 10h04)
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O presidente chileno, Sebastián Piñera, prometeu na terça-feira aumentar a aposentadoria, melhorar o atendimento de saúde e aplicar impostos aos que ganham mais, uma tentativa de acalmar uma onda de distúrbios e protestos contra a desigualdade que vem sacudindo um dos países mais estáveis da América Latina.

Manifestantes se protegem de jato d'água lançado pela polícia em Santiago
22/10/2019
REUTERS/Ivan Alvarado
Manifestantes se protegem de jato d'água lançado pela polícia em Santiago 22/10/2019 REUTERS/Ivan Alvarado
Foto: Reuters

No Palácio de La Moneda, o mandatário de centro-direita pediu "perdão" pela falta de visão dos governantes para atender demandas antigas da sociedade que precipitaram as manifestações, que deixaram 15 mortos.

"É verdade que os problemas se acumulavam há muitas décadas e que os vários governos não foram nem fomos capazes de reconhecer esta situação em toda sua magnitude. Reconheço e peço perdão por esta falta de visão", disse.

Piñera, que nos últimos dias realizou várias reuniões com partidos políticos e representantes das instituições do Estado, disse que parte das medidas terá que passar pelo Congresso e que outras poderão ser implantadas diretamente.

Nas reuniões de terça-feira com os partidos faltaram as siglas de esquerda, o que pode ser um obstáculo para o avanço das medidas no Congresso.

"Eu lhes propus constituir grupos de trabalho para aperfeiçoar e acelerar as diversas iniciativas desta Agenda Social", disse Piñera a respeito do encontro.

Entre as medidas anunciadas por Piñera está o aumento imediato das pensões e elevações adicionais dentro de dois anos, assim como melhorias nas aposentadorias da classe média, das mulheres e de idosos deficientes.

Mudando o tom de seu discurso em relação aos dias anteriores, em que falou de uma "guerra" contra um inimigo poderoso em meio aos distúrbios, o presidente ainda propôs a criação de seguros para conter os gastos de saúde das famílias.

"Esta agenda social não solucionará todos os problemas que afligem os chilenos, mas será uma contribuição necessária e significativa para melhorar sua qualidade de vida", acrescentou Piñera.

Ele também propôs um aumento de 16 por cento no salário mínimo, que passaria para 484 dólares, e um mecanismo para frear a alta recente das tarifas elétricas. Também defendeu elevar os impostos das pessoas mais bem remuneradas.

"O que acaba de acontecer é uma enorme vitória da cidadania. Os chilenos e chilenas conseguiram uma mudança na pauta econômica completa deste governo", disse Oscar Landerretche, político opositor e ex-chefe da mineradora estatal Codelco.

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