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Parentes de vítimas de Battisti temem redução de pena

Italiano pediu "desculpas" por seus homicídios

25 mar 2019 - 12h05
(atualizado às 15h16)
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Parentes das vítimas de Cesare Battisti desconfiam que sua surpreendente confissão seja apenas um artifício para conseguir uma redução de pena.

Condenado à prisão perpétua, ele tenta comutar sua sentença para 30 anos de reclusão, pena máxima prevista pela legislação do Brasil, país que havia ordenado sua extradição para a Itália.

Em interrogatório na penitenciária de Oristano, Battisti admitiu seu envolvimento nos quatro assassinatos pelos quais foi condenado e ainda pediu desculpas às famílias das vítimas.

"As desculpas agora me parecem fora de lugar. Acredito que seu o advogado está aconselhando-o para obter reduções de pena. Não são desculpas verdadeiras, na minha opinião, a única coisa que ele quer é obter aquela redução que tantos terroristas conseguiram", disse Maurizio Campagna, irmão do policial Andrea Campagna, a quarta vítima de Battisti, em entrevista à emissora Sky.

Segundo Maurizio, o pedido de desculpas devia ter sido feito "muito antes". Já Adriano Sabbadin, filho do açougueiro Lino Sabbadin, também assassinado pelo grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), afirmou que a confissão é um "passo à frente", mas mostrou receio de que o objetivo de Battisti seja garantir uma "indulgência dos juízes".

"É justo que ele desconte sua pena por inteiro", acrescentou. De acordo com o procurador Alberto Nobili, que investiga supostas "coberturas" a Battisti durante seu período foragido, ele afirmou "não querer nada em troca" de sua confissão, posição confirmada pelo advogado de defesa Davide Steccanella.

"A esperança é de restituir a imagem correta de meu cliente, que não é aquele monstro que tentam pintar, mas uma pessoa que não comete delitos há 40 anos e que quis revisitar sua vida e reconstruir um período", declarou o advogado.

Ansa - Brasil   
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