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Oriente Médio

Rede humanitária denuncia morte de quase 11 mil crianças na guerra síria

25 set 2013 - 12h34
(atualizado às 15h24)
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A Rede Síria de Direitos Humanos denunciou nesta quarta-feira que quase 11 mil crianças morreram nos 30 meses de guerra civil no país árabe, enquanto o número total de vítimas já supera 101,5 mil, uma estimativa similar à das Nações Unidas (ONU).

O fundador e diretor da organização, Fadel Abdul Ghani, foi um dos principais oradores de um evento realizado hoje em Genebra, o qual ocorre em paralelo à sessão do Conselho de Direitos Humanos. Segundo as informações documentadas pela rede, do número total de mortos, 88% são civis, 12% crianças e 11% mulheres. Segundo Ghani, o número de mulheres e menores assassinados indica que os civis foram alvos de ataques deliberados e sistemáticos.

Guerra civil em fotos
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O Terra compilou alguns dos principais materiais fotográficos disponibilizados ao longo destes mais de dois anos de guerra na Síria. Cada imagem leva a uma galeria que conta um episódio específico ou remete a uma situação importante do conflito.

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Acompanhe a cobertura exclusiva do Terra através do trabalho dos jornalistas Tariq Saleh e Mauricio Morales. Sediado no Líbano, país vizinho e sensível à crise síria, Saleh conversou com sírios, visitou refugiados e ouviu analistas para acompanhar o desenrolar de um conflito complexo e com desfecho ainda incerto. Enviado especial para o conflito, Morales passou dias com rebeldes para conhecer sua visão do conflito.

A Rede Síria de Direitos Humanos é considerada como uma das fontes mais confiáveis sobre as vítimas do conflito, já que, em cada caso, a organização possui uma identificação com data, local e circunstâncias das mortes em questão, além de uma fotografia.

Entre as vítimas, 90% correspondem às forças governamentais e o restante "a outros grupos armados", que, de acordo com Ghani, não se refere à oposição síria levantada em armas, mas aos grupos compostos por combatentes estrangeiros. Além disso, o diretor da rede assegurou que há 9 mil menores e 6,5 mil mulheres em centros de detenção, enquanto 18 mil pessoas detidas "desapareceram completamente".

Ghani denunciou as torturas generalizadas contra detidos no contexto do conflito e disse que a rede de defesa dos direitos humanos "recebe entre quatro e cinco denúncias de pessoas mortas por torturas a cada dia". No mesmo evento, realizado na sede da ONU em Genebra, o vice-presidente da Colisão Nacional Síria (CNS), Suhair Atasi, criticou a ONU por permitir que o regime sírio tenha uma aparência de legitimidade ao ter seu lugar conservado na organização.

Atasi também descreveu a situação da população como extremamente precária, principalmente nas áreas sitiadas pelo Exército, uma estratégia que é utilizada como forma de "castigo coletivo". Nessas zonas, acrescentou Atasi, as forças de Assad bloqueiam o acesso à água e aos alimentos, enquanto seus habitantes "fogem" para acampamentos de deslocados internos "que carecem de tudo, de tendas de campanha, de água e remédios".

Atasi, quem também é responsável da Unidade de Assistência da CNS, apontou que zonas inteiras da Síria sofreram "a destruição total de suas infraestruturas" e que, portanto, as necessidades estão muito acima do que pode fornecer sua entidade. Por sua parte, Radwan Ziadeh, o diretor do Centro Sírio de Estudos Políticos e Estratégicos, situado em Washington, assegurou que "nenhuma investigação contra algum membro das forças armadas" foi realizada desde o início do conflito.

"Não há nenhum oficial investigado por ter ordenado ataques contra civis, o que demonstra que a investigação dos crimes contra a humanidade perpetrados está além da capacidade das cortes nacionais", concluiu o acadêmico.

Guerra na Síria para iniciantes
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EFE   
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