Padre jesuíta holandês é assassinado na cidade síria de Homs
Vaticano confirma assassinato de Frans Van der Lugt nesta segunda-feira; ele foi morto por homens armados que invadiram o Casa dos Jesuítas
O sacerdote holandês Frans Van der Lugt foi assassinado nesta segunda-feira por um grupo de homens armados que invadiu a Casa dos Jesuítas, situada no bairro de Bustan al Diwan, na parte antiga da cidade de Homs, no centro da Síria, segundo fontes religiosas e governamentais.
"O padre Van der Lugt foi assassinado nesta manhã em Homs", declarou à AFP o padre Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano.
"Segundo o testemunho de seus confrades, foi levado por homens armados que o espancaram e mataram com dois tiros na cabeça", disse Lombardi.
Com a explosão da guerra civil na Síria, Van der Lugt, de 75 anos, optou por permanecer na parte antiga de Homs sitiada e bombardeada pelas forças do presidente sírio Bashar al-Assad.
"Assim morreu um homem de paz que, com uma grande valentia, em uma situação extremamente arriscada e difícil, quis continuar sendo fiel ao povo sírio, a quem deu há muito tempo sua vida e sua ajuda espiritual", acrescentou Lombardi.
"Onde o povo morre, morrem também com ele os fiéis pastores", acrescentou o porta-voz jesuíta do papa Francisco.
Em declarações à Efe, o governador de Homs, Talal al Barazi, assegurou que os assassinos do sacerdote são membros da Frente al Nusra, grupo terrorista ligado à Al Qaeda.
Barazi indicou que a Crescente Vermelho tentará entrar na parte antiga de Homs ainda hoje para tentar retirar o corpo do padre.
O governador afirmou que Van der Lugt vivia na cidade há 40 anos e que seu trabalho humanitário era muito apreciado entre os locais.
"Neste momento de grande dor, expressamos nosso grande orgulho e gratidão de ter tido um irmão tão próximo dos que sofriam mais, no testemunho do amor de Jesus até o fim", disse Lombardi.
"O povo sírio me deu muito, muita amabilidade, muita inspiração e tudo o que possuo. Agora que sofre devo compartilhar sua pena e suas dificuldades", explicou o sacerdote à AFP em fevereiro através da internet.
"Sou o único sacerdote e o único estrangeiro que resta. Mas não me sinto um estrangeiro, e sim um árabe entre os árabes", declarou. "Temos muito pouca comida. As pessoas nas ruas têm o rosto cansado e amarelo (...) Há fome, mas o povo também tem sede de uma vida normal. O ser humano não é apenas estômago, também tem coração, e as pessoas precisam ver seus familiares", havia explicado na época.
Com informações da AFP e EFE.