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Oriente Médio

Padre jesuíta holandês é assassinado na cidade síria de Homs

Vaticano confirma assassinato de Frans Van der Lugt nesta segunda-feira; ele foi morto por homens armados que invadiram o Casa dos Jesuítas

7 abr 2014 - 12h16
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O padre jesuíta assassinato em foto de janeiro de 2014. Lugt é visto conversando com civis na área de Homs, Síria
O padre jesuíta assassinato em foto de janeiro de 2014. Lugt é visto conversando com civis na área de Homs, Síria
Foto: Reuters

O sacerdote holandês Frans Van der Lugt foi assassinado nesta segunda-feira por um grupo de homens armados que invadiu a Casa dos Jesuítas, situada no bairro de Bustan al Diwan, na parte antiga da cidade de Homs, no centro da Síria, segundo fontes religiosas e governamentais.

"O padre Van der Lugt foi assassinado nesta manhã em Homs", declarou à AFP o padre Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano.

"Segundo o testemunho de seus confrades, foi levado por homens armados que o espancaram e mataram com dois tiros na cabeça", disse Lombardi.

Com a explosão da guerra civil na Síria, Van der Lugt, de 75 anos, optou por permanecer na parte antiga de Homs sitiada e bombardeada pelas forças do presidente sírio Bashar al-Assad.

"Assim morreu um homem de paz que, com uma grande valentia, em uma situação extremamente arriscada e difícil, quis continuar sendo fiel ao povo sírio, a quem deu há muito tempo sua vida e sua ajuda espiritual", acrescentou Lombardi.

"Onde o povo morre, morrem também com ele os fiéis pastores", acrescentou o porta-voz jesuíta do papa Francisco.

Em declarações à Efe, o governador de Homs, Talal al Barazi, assegurou que os assassinos do sacerdote são membros da Frente al Nusra, grupo terrorista ligado à Al Qaeda.

Barazi indicou que a Crescente Vermelho tentará entrar na parte antiga de Homs ainda hoje para tentar retirar o corpo do padre.

O governador afirmou que Van der Lugt vivia na cidade há 40 anos e que seu trabalho humanitário era muito apreciado entre os locais.

"Neste momento de grande dor, expressamos nosso grande orgulho e gratidão de ter tido um irmão tão próximo dos que sofriam mais, no testemunho do amor de Jesus até o fim", disse Lombardi.

"O povo sírio me deu muito, muita amabilidade, muita inspiração e tudo o que possuo. Agora que sofre devo compartilhar sua pena e suas dificuldades", explicou o sacerdote à AFP em fevereiro através da internet.

"Sou o único sacerdote e o único estrangeiro que resta. Mas não me sinto um estrangeiro, e sim um árabe entre os árabes", declarou. "Temos muito pouca comida. As pessoas nas ruas têm o rosto cansado e amarelo (...) Há fome, mas o povo também tem sede de uma vida normal. O ser humano não é apenas estômago, também tem coração, e as pessoas precisam ver seus familiares", havia explicado na época.

Com informações da AFP e EFE. 

Fonte: Terra
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