ONU confirma mais de 100 mil mortes na guerra civil síria
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, confirmou nesta quinta-feira que mais de 100 mil pessoas já morreram na Síria, antes de se reunir com o secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, para falar sobre a "terrível" situação nesse país do Oriente Médio.
Em entrevista à imprensa antes do encontro, Ban antecipou que o tema principal da reunião seria a "terrível" situação na Síria, onde - disse - já morreram mais de 100 mil pessoas e milhões foram obrigadas a deixar seus lares e buscar refúgio.
Até agora, os números da ONU falavam de mais de 93 mil mortes desde o começo da crise em março de 2011, mas, há algumas semanas, o Observatório Sírio de Direitos Humanos tinha elevado o número para mais de 100 mil.
"Temos que acabar com isto. As ações militares devem cessar e é imperativo realizar a conferência de paz de Genebra o mais rápido possível", destacou Ban sobre a iniciativa impulsionada por Kerry e pelo ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov.
Após agradecer a lideração do secretário do Estado em máteria de paz e segurança mundial, disse que tanto ele como seu representante especial, Lakhdar Brahimi, não pouparão esforços para que a reunião de Genebra seja realizada o "mais rápido possível".
Washington e Moscou propuseram em maio a realização de uma cúpula internacional em Genebra sem que até o momento os esforços diplomáticos tenham permitido que haja acordos sobre os termos da reunião.
Além da reunião com Ban e de presidir a sessão ministerial do Conselho de Segurança sobre a região dos Grande Lagos da África, Kerry aproveitará sua viagem a Nova York para se reunir com o novo líder da Coalizão Nacional Síria (CNS), Ahmad Agarrai Yarba.
No terreno, o chefe dos especialistas que averiguarão o uso de armas químicas, Ake Sellström, e a Alta Representante para o Desarmamento, Angela Kane, se encontram em Damasco para combinar com as autoridades os termos e condições de sua investigação.
Com relação a Síria, Ban disse hoje que também tinha previsto abordar com Kerry o processo de paz no Oriente Médio e perante a imprensa, elogiou o trabalho e compromisso do secretário de Estado para revitalizar o processo de paz entre palestinos e israelenses.
"Somente as partes podem tomar decisões, decisões duras, portante peço aos líderes da Palestina e Israel que aproveitem essa oportunidade e respondam de forma positiva e com coragem", acrescentou o secretário-geral.
A visita de Kerry a Nova York ocorre durante uma semana de esforços por concretizar a data da primeira reunião em Washington entre negociadores israelenses e palestinos para retomar as conversas de paz, estagnadas desde 2010.