Ataques de Israel à Síria elevam tensões regionais
Os recentes ataques de Israel ao território sírio desataram uma escalada de tensões na região. Segundo a TV estatal síria, foguetes disparados por Israel atingiram um complexo militar de pesquisas científicas em Damasco neste sábado.
Grandes explosões foram ouvidas na cidade e uma imagem divulgada pela Ugarit News mostra uma coluna de fumaça perto do local onde teria ocorrido o ataque, em Mount Qassioun - embora suas origens não tenham sido confirmadas. "Foi como um terremoto e o céu ficou amarelo e vermelho", relatou Najwa, 72 anos, à agência de notícias AFP.
No dia anterior, outro ataque teria sido feito por Israel contra um carregamento de mísseis sírios cujo destino seria o grupo libanês Hezbollah, na versão de autoridades israelenses.
Neste domingo, o Irã acusou os Estados Unidos de estarem por trás do ataque da véspera e ameaçaram Israel. "O ataque realizado pelo regime sionista vai encurtar a existência desse regime", disse o ministro da Defesa iraniano, general Ahmad Vahidi, segundo o site da Guarda Revolucionária do Irã. "Ele foi realizado com a luz verde dos EUA e revela ligações entre terroristas mercenários e seus mestres do regime sionista".
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Ramin Mehmanparast, também condenou a ação israelense e conclamou os países da região a "resistirem sabiamente a tais agressões", segundo a agência de notícias Fars. Mais cedo, o presidente Mahmoud Ahmadinejad havia exigido, durante um discurso, que as potências ocidentais deixassem de intervir no conflito sírio.
Segundo divulgou uma porta-voz do Exército israelense, um sistema de defesa antimísseis foi reforçado no norte do país para eventuais ataques. "O novo ataque israelense é uma tentativa de levantar o moral de grupos terroristas que estão cambaleando devido a ataques de nosso nobre Exército", disse a TV estatal síria.
Forças do governo sírio e grupos rebeldes estão disputando o controle de áreas dos arredores de Damasco. Segundo a ONU mais de 70 mil pessoas já morreram no conflito desde seu início, em 2011.