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O perigo escondido na floresta: por que não colher cogumelos selvagens

Autoridades da Califórnia alertam contra coletar cogumelos selvagens após surto mortal de intoxicação; veja riscos e sintomas

11 dez 2025 - 16h00
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Autoridades de saúde da Califórnia intensificaram os alertas sobre a coleta de cogumelos selvagens após um surto recente de intoxicação que resultou em mortes e internações graves. O caso reacendeu preocupações antigas do estado, que historicamente registra episódios de envenenamento ligados ao consumo de fungos colhidos em florestas, parques e áreas rurais. A orientação oficial é clara: evitar o consumo de cogumelos que não tenham sido identificados por especialistas treinados.

Segundo reportagens de veículos internacionais, como a CNN, hospitais californianos atenderam, nos últimos meses, pacientes com sintomas compatíveis com envenenamento por cogumelos tóxicos, incluindo falência hepática aguda. Em vários casos, as vítimas acreditavam estar consumindo espécies comestíveis tradicionais, mas acabaram ingerindo cogumelos altamente venenosos que imitam a aparência de variedades seguras. Esse cenário levou departamentos de saúde locais e estaduais a reforçarem campanhas de informação ao público.

Por que os cogumelos selvagens representam risco tão alto na Califórnia?

A Califórnia reúne condições climáticas e ambientais que favorecem a proliferação de diferentes tipos de fungos, entre eles espécies consideradas letais. Um dos principais problemas apontados por toxicologistas é a presença de cogumelos muito semelhantes entre si, em que pequenas diferenças de cor, formato ou textura separam uma espécie comestível de outra potencialmente mortal. Mesmo colhedores experientes podem se confundir, especialmente após períodos de chuva intensa, quando a variedade de cogumelos cresce rapidamente.

Entre os cogumelos selvagens associados a casos graves no estado, destaca-se o Amanita phalloides, conhecido popularmente como "death cap". De acordo com dados compilados por centros de controle de intoxicações, essa espécie responde por boa parte dos envenenamentos fatais ligados a fungos na região. O perigo aumenta porque o "death cap" pode lembrar, para leigos, cogumelos usados em culinária, o que induz a erros durante a coleta.

O “death cap”, um dos cogumelos mais letais do mundo, está entre os principais responsáveis pelo surto recente de intoxicação no estado – depositphotos.com / Machacek
O “death cap”, um dos cogumelos mais letais do mundo, está entre os principais responsáveis pelo surto recente de intoxicação no estado – depositphotos.com / Machacek
Foto: Giro 10

Surto mortal de intoxicação por cogumelos na Califórnia: o que se sabe?

Relatos recentes noticiados por órgãos de imprensa indicam que o surto de intoxicação por cogumelos na Califórnia envolveu famílias inteiras, incluindo crianças, que consumiram pratos preparados com fungos colhidos em áreas abertas. Em alguns dos episódios, os sintomas iniciais, como náusea, vômito e diarreia intensa, surgiram horas depois da refeição, o que atrasou a busca por atendimento médico. Em fases mais avançadas, foram registradas complicações como lesão hepática e necessidade de transplante de fígado.

Autoridades estaduais explicaram que o padrão observado nesse surto é compatível com envenenamento por cogumelos que contêm amatoxinas, substâncias que atacam principalmente o fígado e, em menor grau, os rins. Essas toxinas não são destruídas por cozimento, congelamento ou outros métodos de preparo. Dessa forma, mesmo receitas tradicionais, quando feitas com espécies erradas, podem se tornar extremamente perigosas. Em alguns casos citados pela imprensa, as vítimas acreditavam ter experiência suficiente em identificar cogumelos, o que reforça a preocupação com a autoconfiança excessiva.

Quais são os sinais de alerta e as recomendações das autoridades?

Profissionais de saúde e órgãos responsáveis pela vigilância sanitária destacam alguns sinais que podem indicar possível intoxicação por cogumelos selvagens. Entre eles estão problemas gastrointestinais intensos, dores abdominais persistentes, icterícia (coloração amarelada na pele e nos olhos), fraqueza extrema e alterações no estado mental. Diante desses sintomas após o consumo de cogumelos, a recomendação é procurar atendimento médico de emergência e, se possível, levar um exemplar do fungo ingerido para auxiliar na identificação.

As autoridades californianas orientam a população a seguir algumas medidas básicas de prevenção:

  • Evitar o consumo de cogumelos colhidos em parques, trilhas, jardins ou áreas rurais sem avaliação de especialistas.
  • Desconfiar de guias informais, vídeos e postagens em redes sociais que prometem "métodos simples" de identificação de cogumelos comestíveis.
  • Proteger crianças e animais domésticos, impedindo o acesso a áreas com grande presença de fungos.
  • Buscar informações em fontes oficiais, como departamentos de saúde e centros de controle de intoxicações.

Em alguns condados, foram organizadas ações educativas com foco em comunidades que mantêm o hábito cultural de colher cogumelos, especialmente imigrantes acostumados a práticas semelhantes em seus países de origem. Especialistas explicam que espécies seguras em outras regiões do mundo podem ter "sósias" tóxicos na Califórnia, o que torna arriscado aplicar, no estado, o conhecimento adquirido em florestas de outros países.

Especialistas alertam: não há método caseiro seguro para identificar fungos; consumo deve ser restrito a produtos certificados – depositphotos.com / weinkoetz
Especialistas alertam: não há método caseiro seguro para identificar fungos; consumo deve ser restrito a produtos certificados – depositphotos.com / weinkoetz
Foto: Giro 10

Como a população pode consumir cogumelos de forma mais segura?

Para reduzir o risco de novos casos, especialistas em toxicologia e segurança alimentar ressaltam que o consumo de cogumelos deve priorizar produtos provenientes de canais formais, como supermercados, feiras regulamentadas e produtores certificados. Nessas situações, há controle de qualidade e identificação das espécies comercializadas, o que diminui significativamente a chance de exposição a fungos venenosos.

Quando há interesse em aprender mais sobre fungos, autoridades sugerem a participação em grupos de estudo e atividades guiadas por micologistas profissionais. Nessas saídas de campo, a coleta tem caráter educativo, sem incentivo ao consumo dos exemplares encontrados. O objetivo é ensinar a diversidade de espécies, os riscos da identificação amadora e a importância de respeitar as orientações de segurança.

O alerta recente na Califórnia, amplamente repercutido por veículos como a CNN e outras redes de notícias, reforça um ponto central defendido por médicos e órgãos de saúde: não existe método caseiro confiável para diferenciar, a olho nu, um cogumelo comestível de um tipo potencialmente letal. Diante da gravidade dos casos registrados, a estratégia considerada mais segura pelas autoridades permanece a mesma: evitar a coleta e o consumo de cogumelos selvagens sem apoio técnico especializado.

Giro 10
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