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Noruega pede perdão a mulheres que fizeram sexo com nazistas

Na época, norueguesas foram detidas por trair o país

18 out 2018 - 17h59
(atualizado às 19h05)
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A primeira-ministra da Noruega, Erna Solberg, pediu nesta quinta-feira (18) perdão a todas as norueguesas que tiveram relações íntimas com soldados alemães durante a Segunda Guerra Mundial e foram alvo de represálias depois da queda nazista. "As autoridades norueguesas violaram a regra fundamental que nenhum cidadão pode ser punido ou condenado sem julgamento. Para muitas, isso era apenas um amor adolescente, para outras, o amor de suas vidas com um soldado inimigo ou um flerte inocente que deixou uma marca pelo resto de suas vidas", explicou Solberg.

Noruega pede perdão a mulheres que fizeram sexo com nazistas
Noruega pede perdão a mulheres que fizeram sexo com nazistas
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

    A Noruega foi invadida por forças nazistas em abril de 1940 e acredita-se que cerca de 50 mil mulheres norueguesas tinham relações íntimas com soldados alemães, segundo dados do Centro Norueguês sobre o Holocausto e minorias religiosas.

    As mulheres eram chamadas de "garotas alemãs" e mais tarde foram acusadas de trair o país. Como consequência, elas foram submetidas a detenções e prisões ilegais, demissões, a privação dos direitos civis, e até mesmo a supressão da nacionalidade norueguesa e a expulsão do país.

    "Jovens e mulheres norueguesas que tiveram relações com soldados alemães ou eram suspeitas disso foram vítimas de um tratamento vergonhoso", acrescentou a premier. "Hoje, em nome do governo, quero pedir desculpas", disse Solberg durante um evento em celebração do 70º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU.

    Depois de mais de 70 anos após o fim da Segunda Guerra, poucas das mulheres afetadas continuam vivas. Acredita-se que cerca de 12 mil crianças tenham nascido das relações, sendo que algumas delas também foram alvo de atos de vingança, confiadas a outras famílias ou colocadas em instituições. Em 2007, um grupo apelou ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos para que pedisse justiça pela barbárie, mas o seu caso foi declarado inadmissível pois já havia passado muito tempo desde o ocorrido.

Ansa - Brasil   
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