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Netanyahu promete anexar colônias e parte da Cisjordânia

Premier tenta garantir votos às vésperas de eleições

10 set 2019 - 18h06
(atualizado às 18h34)
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A uma semana das eleições legislativas em Israel, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prometeu nesta terça-feira (10) anexar o Vale do Rio Jordão, que ocupa mais de 25% da Cisjordânia, e todas as colônias judaicas no território.

Benjamin Netanyahu mostra mapa da área que pretende anexar na Cisjordânia
Benjamin Netanyahu mostra mapa da área que pretende anexar na Cisjordânia
Foto: EPA / Ansa - Brasil

Disputando voto a voto com a coalizão centrista Azul e Branco, o premier resolveu endurecer o discurso e aumentar a aposta para consolidar o apoio do eleitorado de extrema direita. A tática já havia sido adotada por Netanyahu antes das eleições de 9 de abril, quando ele prometera estender a soberania israelense para partes da Cisjordânia.

"Se eu for eleito, me comprometo a estender a soberania israelense ao Vale do Jordão e à margem norte do Mar Morto. É nossa fronteira oriental, nosso muro de defesa. Deem-me o mandato. Nunca um primeiro-ministro de Israel propôs fazer isso", disse.

Em seguida, o primeiro-ministro prometeu anexar "todos os assentamentos judaicos" na Cisjordânia. Segundo Netanyahu, essa extensão acontecerá "em coordenação com os Estados Unidos", após o presidente Donald Trump "apresentar seu plano de paz".

O projeto americano, de acordo com o premier, deve ser divulgado alguns dias após as eleições israelenses, marcadas para 17 de setembro. "É uma grande oportunidade, uma ocasião histórica e única para estender a soberania israelense às colônias judaicas em Judeia e Samaria [Cisjordânia]", declarou.

Acusado de corrupção, fraude e abuso de poder, Netanyahu venceu as eleições de abril, mas fracassou nas negociações com o partido ultranacionalista Yisrael Beiteinu, de Avigdor Lieberman, para formar maioria no Parlamento.

Com isso, o país terá de voltar às urnas para uma nova eleição na semana que vem. Praticamente todas as pesquisas mostram um empate técnico entre o Likud, partido de Netanyahu, e a coalizão Azul e Branco, de Benny Gantz, mas indicam que a maioria dos assentos no Parlamento ficará com legendas de direita, extrema direita e ultraortodoxos.

Reações

A promessa de anexar parte da Cisjordânia provocou reações no mundo árabe, a começar pela Palestina, cujo primeiro-ministro, Mohammad Shtayyeh, acusou Netanyahu de ser um "destruidor do processo de paz".

Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, disse que o discurso do premier israelense envia "mensagens ilegais e agressivas" e propõe criar um "Estado racista de apartheid".

Já o chanceler da Jordânia, Ayman Safadi, declarou que a medida "atiraria toda a região na violência". Uma eventual anexação do Vale do Jordão enterraria as possibilidades de retomar negociações de paz com os palestinos, que veem esse território como vital para o sucesso de um futuro Estado.

Ansa - Brasil   
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