Motivados por documentário, irmãos Menéndez tentam reverter prisão perpétua nos EUA
Lyle e Erik Menendez mataram os próprios pais em mansão há 36 anos. Caso comoveu a sociedade americana
Os irmãos Menendez, condenados à prisão perpétua pelo assassinato dos pais em 1989, tentam revisar sua pena alegando abusos cometidos pelos pais; audiência ocorre nos EUA.
Um caso que chocou os Estados Unidos na década de 1990 ganhou novos capítulos na quinta-feira, 16. Os irmãos Menendez, que passaram mais de três décadas na cadeia pelo duplo assassinato dos pais em 1989, e foram condenados à prisão perpétua, participam de audiência no tribunal de Los Angeles nesta quinta-feira, 17, para tentar mudar a sua pena.
Lyle e Erik Menendez foram condenados pelo assassinato dos pais, José e Kitty Menendez, na mansão da família em Beverly Hills. O caso foi um fenômeno midiático nos EUA, que também inspirou a série da Netflix Monster, lançada em 2024.
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Os irmãos receberam dois julgamentos. No primeiro, em 1993/1994, Erik e Lyle afirmaram que foram vítimas de abusos psicológicos e sexuais, de um pai violento e de uma mãe negligente. Eles também chegaram a alegar que a máfia estava por trás do crime, uma vez que o pai da dupla era um executivo influente da música.
A defesa alegou que os irmãos agiram em legítima defesa após anos de abuso sexual e psicológico por parte dos pais. O júri, no entanto, não chegou a um veredicto, e o julgamento foi anulado.
Já no segundo julgamento, de 1995 até 1996, a promotoria os acusou de planejar o parricídio para terem acesso a uma herança avaliada em 14 milhões de dólares (R$ 82,3 milhões na cotação atual). O juiz do caso também não permitiu que os a defesa usasse os relatos de abuso. Assim, os irmãos foram condenados à prisão perpétua.
Uma das motivações para os irmãos Menéndez tentarem a revisão da pena foi o lançamento de uma minissérie e de um documentário lançados pela Netflix no ano passado. As obras audiovisuais geraram apoio popular aos irmãos. Seus apoiadores, inclusive familiares, afirmam que Lyle, de 57 anos, e Erik, de 54, têm comportamento exemplar na prisão e estão prontos para se reintegrar à sociedade.
A audiência para a revisão da pena vai até esta sexta-feira, 18. O objetivo é determinar se os Menéndez representam ou não "um perigo para a sociedade".