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Ministro britânico mostra otimismo sobre acordo com trabalhistas, mas oposição pede flexibilidade

6 abr 2019 - 11h18
(atualizado às 16h53)
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O governo britânico está otimista em chegar a algum tipo de acordo com o Partido Trabalhista, de oposição, para encerrar o impasse sobre o Brexit, disse neste sábado o ministro das Finanças do país, Philip Hammond.

Premiê britânica, Theresa May, fala ao parlamento em Londres
Reuters TV via REUTERS
Premiê britânica, Theresa May, fala ao parlamento em Londres Reuters TV via REUTERS
Foto: Reuters

    Mas os trabalhistas dizem que os conservadores precisam ser mais flexíveis e não agiram no sentido de criar uma carta de intenções sobre as futuras relações entre Londres e Bruxelas depois que o Reino Unido deixar a União Europeia.

    Não há reuniões marcadas entre os dois lados neste fim de semana, disse à Reuters uma fonte do Partido Trabalhista.

    A primeira-ministra, Theresa May, pediu aos líderes europeus o adiamento da saída britânica do bloco, agendada inicialmente para a próxima sexta-feira. A data proposta é 30 de junho, mas a UE diz que, antes de aceitar o adiamento, quer ver um plano viável que assegure a aprovação de um acordo, rejeitado até agora três vezes pelo Parlamento britânico.

    O Reino Unido, que possui a quinta maior economia do mundo, está buscando uma forma de honrar um referendo feito em 2016, no qual a saída do país da União Europeia, maior bloco comercial do mundo, saiu vencedora.

    Hammond disse estar otimista quanto ao fim do impasse. "Estou otimista de que chegaremos a algum tipo de acordo com os trabalhistas", disse ele durante um encontro de ministros das Finanças da UE na capital romena, Bucareste, acrescentando que espera trocar "algumas mensagens hoje".

    Ele afirmou que o governo não impôs limites para as negociações, mas a porta-voz de assuntos internos do Partido Trabalhista alertou que os conservadores precisam mostrar a intenção de flexibilizar as posições de May, como por exemplo o fim da participação britânica na união aduaneira e no mercado comum europeus.

    "Meu entendimento é de que não há movimento do governo sobre o atual conceito de uma declaração política e isso é fundamental", disse Diane Abbott à BBC Radio. "O governo talvez tenha de mostrar um pouco mais de flexibilidade do que mostrou até hoje."

    Hammond, que é um dos membros do governo mais pró-Europa, também mostrou otimismo sobre as reuniões sobre o Brexit marcadas para a próxima quarta-feira, dizendo que a maioria dos países do bloco concordam que é necessário adiar a saída. "A maioria dos colegas com quem converso entendem que precisamos de mais tempo para completar esse processo."

    Em 2016, os britânicos votaram por 52 a 48 por cento para deixar a UE. E os dois principais partidos do Parlamento permanecem profundamente divididos sobre os termos da saída e até sobre sair de verdade do bloco.

    Muitos dentro do Partido Conservador estão crescentemente preocupados de que o atraso em chegar ao acordo fará com que o país participe das eleições parlamentares europeias em maio, o que pode causar ainda mais divisão.

    "Para o Partido Conservador, e até para os trabalhistas, participar das eleições europeias e dizer aos nossos constituintes que não conseguimos chegar a um acordo sobre o Brexit é uma ameaça existencial", disse o ministro da Educação Infantil, Nadhim Zahawi.

    "Eu iria além: seria uma carta de suicídio para o Partido Conservador", completou.

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