Milhares protestam na Hungria contra escândalo de abuso infantil
Milhares de húngaros participaram de uma passeata até o gabinete do primeiro-ministro Viktor Orbán, liderados pelo líder da oposição Peter Magyar, que pediu a renúncia do veterano nacionalista devido a um escândalo de abusos em um centro de detenção juvenil.
Manifestantes caminharam pelas ruas geladas de Budapeste atrás de uma faixa com os dizeres "Protejam as crianças!", carregando bichos de pelúcia e tochas em solidariedade às vítimas de abuso físico em um caso que remonta a vários anos.
O Ministério Público informou na quarta-feira que sete pessoas foram detidas até o momento no centro de detenção juvenil estatal de Budapeste.
Orbán, que enfrenta o que pode ser o maior desafio dos seus 15 anos de governo em uma eleição provavelmente em abril, condenou o abuso em uma entrevista ao veículo de notícias Mandiner, classificando-o como inaceitável e criminoso.
"Coisas cada vez mais revoltantes vêm à tona diariamente, algo que eu não imaginava ser possível neste país", disse Judit Voros, uma das manifestantes que caminhavam em direção aos escritórios de Orbán, na Colina do Castelo, em Budapeste.
No início desta semana, o governo colocou as cinco instituições correcionais juvenis da Hungria sob supervisão policial direta enquanto os promotores investigam o caso.
Os promotores investigam há meses o ex-diretor do centro sob suspeita de chefiar uma rede de prostituição, lavagem de dinheiro e tráfico de pessoas.
Um vídeo publicado esta semana pelo ativista da oposição e ex-parlamentar Peter Juhasz levou à renúncia do diretor interino do centro.
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