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Manifestantes da Universidade de Artes na Hungria recebem ordem para encerrar protesto

16 out 2020 - 11h00
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O reitor da Universidade de Teatro e Artes Cinematográficas da Hungria (SZFE), Gábor Szarka, ordenou que estudantes e funcionários acabassem com um protesto até o final desta sexta-feira, após a imposição de um conselho nomeado pelo governo que, segundo manifestantes, enfraquece a autonomia da escola.

Manifestantes participam de protesto em apoio a estudantes da Universidade de Teatro e Artes Cinematográficas da Hungria
02/09/2020
REUTERS/Bernadett Szabo
Manifestantes participam de protesto em apoio a estudantes da Universidade de Teatro e Artes Cinematográficas da Hungria 02/09/2020 REUTERS/Bernadett Szabo
Foto: Reuters

A instituição, pela qual passaram muitos dos principais diretores e cineastas da Hungria, foi envolvida em uma guerra cultural enquanto o governo nacionalista do primeiro-ministro Viktor Orbán busca remodelar a vida cultural e científica da nação.

"Todos os cidadãos universitários devem deixar as instalações da universidade até o final do expediente de hoje, no máximo às 18h", escreveu Szarka em uma carta citada pela mídia local e confirmada à Reuters pelos estudantes que protestavam.

O prazo aumenta o risco de confronto com estudantes que bloquearam o campus do centro de Budapeste por semanas, declarando uma "república dos estudantes" e repetidamente prometendo resistir até que suas demandas sejam atendidas.

O governo nomeou um novo conselho de curadores em agosto para a universidade de 155 anos, levando a administração da prestigiosa escola a renunciar em protesto.

Szarka, um ex-oficial militar nomeado pelo novo conselho, disse que cada membro do corpo estudantil e da equipe teria que declarar se apoiava o protesto, com "consequências empregatícias" para aqueles que se manifestarem a favor.

Alguns professores proeminentes renunciaram, incluindo Ildiko Enyedi, cujo filme "Corpo e Alma", de 2017, foi indicado ao Oscar e ganhou o prêmio principal no Festival Internacional de Cinema de Berlim.

Apoiadores de Orbán e jornalistas pró-governo há muito argumentam que, depois que ele ganhou um terceiro mandato em 2018, era hora de uma mudança cultural conservadora para acabar com o que descrevem como domínio das artes na Hungria por liberais e esquerdistas.

O governo, no entanto, nega qualquer tentativa de limitar a liberdade de expressão. Ele disse que o fato de algumas universidades serem governadas por um conselho de curadores eliminará a influência do Estado sobre elas.

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